Infectologistas: bactéria 'E. coli' não será nova gripe suína
19 jun2011 - 09h08
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Angela Joenck Pinto
Apesar de ter causado a morte de dezenas de pessoas na Alemanha, especialistas acreditam que o surto da bactéria E. coli não deve chegar às proporções do que foi a epidemia do vírus H1N1, a chamada Gripe A. "Os casos de E. coli que estão ocorrendo na Europa são um surto, e de proporções bem menores que a pandemia de gripe A em 2009. Não há muitas semelhanças entre os acontecimentos", diz o médico infectologista do Hospital Santa Casa de Porto Alegre, Dimas Kliemann.
As diferenças começam na própria natureza das doenças. A gripe H1N1 é causada por um vírus respiratório, transmitido pelo ar e de grande infectividade e transmissibilidade. Já o surto de E. coli é causado por uma cepa rara de uma bactéria bastante comum, cuja transmissão é por via oral, através de alimentos contaminados, ou contato interpessoal com pessoas contaminadas.
"No caso da gripe, uma proporção muito pequena de casos cursa com Síndrome Respiratória Grave (SRAG), que são os casos com chances de evoluir a óbito, quando não tratados adequadamente. Com a bactéria E. coli, para haver contágio entre pessoas é necessário que haja falha nos hábitos de higiene, como a lavagem das mãos. A bactéria não se transmite pelo ar", explica Klieman, que também é membro da equipe de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde da capital gaúcha.
"Quando eu tenho um caso de gripe na família, 80% das pessoas que convivem comigo vão entrar em contato com o vírus, e quem não tiver defesa vai desenvolver a gripe. Por isso que a epidemia de influenza tem esse impacto tão grande. A gente não consegue conter. Agora, se tem uma pessoa infectada por E. coli na familia, 10% das pessoas também vão se infectar. É um risco menor. E também é possível ter mais controle", falou Stockler.
Clinicamente, o problema da E. coli enterohemorrágica é que a sua entrada se dá pelo intestino, após a ingestão das bactérias através de alimentos contaminados. Desta maneira, o sistema imunológico não é acionado a tempo de poder conter a infecção. E é justamente por este motivo que a taxa de mortalidade está diretamente relacionada à qualidade do serviço de saúde prestado. "Isso porque as mortes são, na imensa maioria dos casos, causadas por complicações, como a síndrome hemolítico-urêmica e a púrpura trombocitopênica trombótica, em que são necessários hospitais com unidades de hemodiálise", lembra Dimas Klieman.
Vacina
Uma vez que o micro-organismo só é transmitido por alimentos contaminados ou secreções de pessoas infectadas, os cientistas garantem que é mais fácil conter efetivamente os surtos. E na opinião de Maria Claudia Stockler de Almeida, esta cepa de E. coli é um problema pontual. "Tentar vacinar a população inteira nunca foi uma necessidade. Talvez depois deste problema na Alemanha, isso se torne um risco eminente e todo mundo vai investir em desenvolver a vacina, assim como investiram muito para a vacina de H1N1", diz.
Porém, a infectologista lembra que a bactéria está presente em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. "Essa bactéria existe no Brasil, e fatos semelhantes ocorreram nos Estados Unidos, na Inglaterra, e no mundo inteiro se fala de pequenos surtos. O que chamou a atenção na Alemanha foi a quantidade de pessoas infectadas e só ocorreu porque uma população muito grande foi exposta", diz Stockler.
Mesmo assim, a Anvisa já emitiu um alerta para monitoramento de casos de diarreia em viajantes oriundos de países da Europa. "Toda pessoa proveniente desse continente que venha a desenvolver sintomas após sua chegada ao Brasil deve procurar imediatamente atendimento médico. Historicamente, a E. coli nunca causou epidemias, apenas surtos regionais, como nessa ocasião. Mas o que precisa ser considerado é que nos dias de hoje, os deslocamentos intercontinentais são cada vez mais frequentes e rápidos, facilitando com que pessoas contaminadas mudem de região antes mesmo de desenvolverem os sintomas. Uma vez que a fonte tenha sido localizada, fica muito mais fácil evitar novos episódios".
Vai viajar para o exterior nas férias de julho? Confira alguns cuidados para evitar a contaminação com E.coli
- Lave bem as mãos após ir ao banheiro;
- Se for cozinhar, lave as mãos antes do preparo dos alimentos e limpe bem todas as superfícies e objetos que serão utilizados no preparo da comida;
- Certifique-se que todos os alimentos foram suficientemente cozidos, principalmente carnes, ovos e frutos do mar;
- Lave todos os vegetais antes de preparar saladas;
- Ao escolher o leite, dê preferência aos pasteurizados;
- Consuma água potável, mineral ou ferva a água antes de usá-la;
- Procure evitar contato com criações de gado, porcos e ovelhas.
Após ser atacada com ácido, a modelo Katie Piper conseguiu recuperar a visão após cirurgia pioneira com direito a implante de células-tronco
Foto: Getty Images
O espanhol Rafael sofre de neurofibromatose, uma doença em que tumores se formam, causando a desfiguração do rosto. Leia notícia relacionada
Foto: AFP
Rafael foi o segundo paciente a receber um transplante de face na Espanha em 2010
Foto: AFP
O procedimento cirúrgico foi realizado em maio de 2010, no hospital Virgen del Rocio, em Sevilla
Foto: AFP
O primeiro americano a receber um transplante total de rosto fez sua primeira aparição pública após a cirurgia no dia 9 de maio de 2011
Foto: Reuters
Wiens apareceu rodeado de cirurgiões pouco antes de deixar o hospital
Foto: Reuters
Dallas Wiens, 25 anos, teve o rosto implantado em março deste ano por uma equipe de 30 pessoas no Brigham and Women's Hospital de Boston, Massachusetts
Foto: Reuters
O jovem do estado americano do Texas ficou ferido em novembro de 2008, quando sua cabeça encostou em um fio de alta-tensão
Foto: Reuters
As queimaduras "apagaram" o rosto de Dallas Wiens
Foto: AFP
A equipe de médicos, enfermeiros e anestesistas trabalharam 15 horas para substituir nariz, lábios, pele, músculos e os nervos que permitem as sensações
Foto: AFP
A cirurgia, avaliada em US$ 300 mil dólares, foi financiada pelo ministério americano de Defesa no âmbito de seu apoio à pesquisa para os mutilados de guerra
Foto: AFP
O primeiro transplante de face que incluiu as pálpebras e o sistema lacrimal foi realizado na França, em junho de 2010
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O americano precisa continuar com a reabilitação para reconstruir suas funções nervosas. Leia notícia relacionada
Foto: AFP
A estudante russa Darya Egorova, 6 anos, passou por uma cirurgia pioneira contra um câncer de osso, em Londres. Cirurgiões retiraram parte do osso da canela e o reimplantaram após tratamento com radioterapia
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O americano Kyle Johnson, 25 anos, descia uma colina de skate em Salt Lake City, nos Estados Unidos, sem capacete, quando sofreu uma queda. Johnson sobreviveu após cirurgiões retirarem os dois lados de seu crânio e guardarem no congelador para diminuir a pressão no cérebro, o que pode permitir a total recuperação do paciente
Foto: Reprodução
Um menino iraquiano, portador de uma doença rara, foi submetido a uma cirurgia inovadora para ter sua vida salva na Índia em dezembro de 2010
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Sirwaan Sohran sofre de Malformação Aneurismática da Veia de Galeno, que dificulta a circulação do sangue no cérebro
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A doença causava a saída de sangue do órgão pelo olho esquerdo do menino e inchava a região
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Para salvar a vida do filho, o pai do menino o levou até Nova Delhi, onde os cirurgiões decidiram pela operação
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A cirurgia inovadora consistiu em fazer desvios ou passagens alternativas para o sangue
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A equipe com uma dúzia de médicos demorou cinco horas para terminar a cirurgia, que foi considerada um sucesso
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A doença dificultava a circulação de sangue no cérebro de Sirwaan
Foto: Barcroft Media / Getty Images
A cirurgia do menino Sirwaan foi considerada um sucesso pelos médicos
Foto: Barcroft Media / Getty Images
O médico Shakir Hussain, ao lado de Sirwaan, participou da cirurgia
Foto: Barcroft Media / Getty Images
Sohram Jaffer, pai da criança iraquiana, a levou à Índia para a cirurgia
Foto: Barcroft Media / Getty Images
O agricultor chinês Li Guoxing foi o primeiro do país a receber um transplante de face, após ser atacado por um urso preto em 2003
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Li Guoxing apareceu para a mídia em julho de 2006, em Kunming, província chinesa de Yunnan, três meses depois do transplante
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O agricultor chinês procurava por uma ovelha perdida nas montanhas perto de seu vilarejo quando foi atacado por um urso preto
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Devido ao ferimento na face, Li Guoxing não podia comer, beber ou sorrir como uma pessoa normal
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Li Guoxing morreu em julho de 2008 em sua casa no sudoeste da China
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O médico de Guoxing e um oficial do governo confirmaram a morte do agricultor, alertando para os riscos de rejeição da operação
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Adele Chapman, da Irlanda do Norte, foi a primeira criança a se submeter a um triplo transplante de órgãos em 1998, envolvendo o fígado, o intestino delgado e o pâncreas
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O agricultor francês Olivier Lavolee foi submetido a uma cirurgia que salvou sua vida em 2002. Uma furadeira de 200 kg caiu de um trator em sua cabeça
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Imagem gerada por computador, divulgada pelo hospital Vall d'Hebron, em Barcelona, mostra procedimento usado no transplante de face
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Procedimento cirúrgico mostrado na imagem foi realizado no primeiro transplante facial completo do mundo em 2010
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O espanhol Oscar foi a primeira pessoa a receber um transplante facial completo
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Ele foi submetido à cirurgia de transplante de face em 2010, depois de ter o rosto desfigurado devido a um acidente
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Oscar concedeu coletiva de imprensa no hospital Vall d'Hebron, em Barcelona, em julho de 2010
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Oscar posa para foto junto com a equipe médica responsável por seu transplante de face no hospital Vall d'Hebron, em Barcelona.Leia notícia relacionada
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O primeiro transplante de mão do mundo ocorreu em 1998, na França
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Segundo o médico que operou o neozelandês Clint Hallam, em 2000 ele decidiu por amputar a mão transplantada
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Um grupo de médicos do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, realizaram a primeira telecirurgia do hemisfério Sul em 2000. O homem que aparece bebendo é o médico americano Louis Kavoussi, do hospital Johns Hopknis, em Baltimore, e que coordena a cirurgia
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Isabelle Dinoire foi a primeira pessoa do mundo a receber um transplante facial, ocorrido em 2005, na França
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Ela teve a face mordida por um labrador em maio de 2005
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Em novembro do mesmo ano, Isabelle foi operada pelos professores Bernard Devauchelle e Jean-Michel Dubernard no Centre Hospitalier Universitaire em Amiens, cidade próxima à capital Paris
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A operação de Isabelle Dinoire foi considerada um sucesso
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Os médicos disseram ter enfrentado questões éticas para realizar a cirurgia de Isabelle
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Mason Dixon foi o primeiro paciente a sobreviver a um transplante parcial de fígado de um doador vivo. A cirurgia ocorreu no Royal Prince Alfred Hospital, EM Sidney, na Austrália
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A anomalia cardíaca do bebê iraquiano Bayan Jassem conseguiu unir, pela primeira vez na história, Israel e Iraque - dois países inimigos
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Em 2003, a menina foi submetida a uma cirurgia no coração em Tel Aviv
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Ela passou por uma cirurgia para estabilizar sua condição em Bagdá, para poder vijar para Israel
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O grupo humanitário israelense Save a Child's Heart organizou a viagem de Bayan
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Em 1996, Chelsey Thomas, 7 anos, se submeteu a uma cirurgia para corrigir o distúrbio que a impedia de ter qualquer expressão facial
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Chelsey, que nasceu com a Síndrome de Moebius, teve transplantado um músculo da perna em sua bochecha direita
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O primeiro coração artificial do mundo foi posto à prova em Robert Tool, 59 anos, em 2001
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A operação foi realizada no hospital judeu em Louisville, nos Estados Unidos
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O Dr. Laman Gray (E) e o Dr. Rob Dowling (D), mostram o o coração artificial em coletiva de imprensa
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As gêmeas siamesas Maria de Jesus Quiej-Alvarez e Maria Teresa Quiej-Alvarez foram separadas através de ato cirúrgico em 2002, nos Estados Unidos
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A cirurgia complexa durou cerca de 23h e envolveu mais de 50 membros da equipe médica
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Um bebê de 13 meses de idade foi submetido, em 2005, no Peru, a uma cirurgia para corrigir a má-formação em suas pernas. Ela ficou conhecida como a "menina sereia" por causa do problema
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A menina Milagors Cerron nasceu com uma má-formação congênita nomeada de Sirenomelia