Colisão de estrela e buraco negro cria gigantesca explosão
16 jun2011 - 15h34
(atualizado às 16h11)
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A colisão entre uma estrela e um enorme buraco negro provocou uma das maiores explosões espaciais jamais registradas, cujo brilho viajou por 3,8 milhões de anos luz até chegar à Terra, segundo estudo publicado nesta quinta-feira pela revista Science.
No momento da descoberta, os cientistas estudaram a origem de um feixe de raios gama observado a partir de um satélite da Nasa (a agência espacial americana) e, inicialmente, pensaram que podia se tratar de uma explosão de raios gama, mas a persistência da luminosidade e o fato de ter se reativado três vezes em apenas 48 horas, levou os pesquisadores a buscar outra hipótese.
"Era algo totalmente diferente de qualquer explosão que tivéssemos visto antes", disse em comunicado Joshua Bloom, cientista da Universidade de Berkeley e um dos principais autores do estudo. Bloom sugeriu que a causa poderia ser a queda de uma estrela do tamanho do Sol em um buraco negro 1 milhão de vezes maior, o que gerou "uma quantidade tremenda de energia ao longo de muito tempo", em um fenômeno "que ainda persiste dois meses e meio depois", acrescentou.
"Isso acontece porque o buraco negro rasga a estrela, sua massa gira em espiral e este processo libera muitíssima energia", explicou o cientista. Cerca de 10% da massa dessa estrela se transformou em energia irradiada, como raios-X e gama, que podiam ser vistos na Terra, uma vez que o feixe de luz apontava para a Via Láctea, segundo o estudo.
Ao repassar o histórico de explosões na Constelação de Draco, onde foi observado o fenômeno, os cientistas determinaram que o acontecimento foi "excepcional", já que não encontraram indícios de outras emissões de raios-X ou gama.
O mais fascinante, segundo Bloom, é que o fenômeno começou em um buraco negro em repouso, que não estava atraindo matéria. "Isto poderia acontecer em nossa própria galáxia, onde há um buraco negro que vive em quietude e que fervilha ocasionalmente, quando absorve um pouco de gás", garantiu. No entanto, Bloom ressaltou que seria uma surpresa ver outro fenômeno similar no céu "na próxima década".
A explosão é algo "nunca visto" até agora na longitude de onda dos raios gama, por isso o mais provável é que só aconteça "uma vez a cada 100 milhões de anos, em qualquer galáxia", calculou o cientista. O estudo estima que as emissões de raios gama, que começaram entre os dias 24 e 25 de março em uma galáxia não identificada a cerca de 3,8 milhões de anos luz, vão se dissipar ao longo do ano.
"Acreditamos que o fenômeno foi detectado em seu momento de maior brilho, e se realmente for uma estrela destruída por um buraco negro, podemos dizer que nunca voltará a ocorrer nessa galáxia", concluiu Bloom.
A imagem do dia 30 de março de 2010 mostra em detalhe de uma erupção solar, formando o desenho de um anel. A foto foi tirada pela espaçonave Solar Dynamics Observatory (SDO), uma das mais avançadas já construídas para estudar o Sol
Foto: Nasa / Divulgação
Imagem de 2010 capturou um disco de múltiplos comprimentos de onda em luz ultravioleta do Sol. Na esquerda, uma erupção solar
Foto: Nasa / Getty Images
Durante uma erupção, ocorre emissão de massa coronal. Partículas que saem da estrela são responsáveis pelas auroras boreal e austral que ocorrem na Terra, mas também podem causar problemas para satélites
Foto: Nasa / Divulgação
Satélite STEREO da Nasa capturou um buraco coronal no Sol se expandindo do centro à direita na imagem datada de 2008
Foto: Nasa / Divulgação
Em 2003, ocorreu a terceira maior erupção solar observada em comprimentos de ondas de raio-X. Uma ejeção de massa coronal em direção à Terra precedeu a erupção
Foto: Nasa / Divulgação
A coroa solar aparece em imagem datada de 2008, tirada com o telescópio de raios-X Yohkoh
Foto: Nasa / Divulgação
Outra imagem da espaçonave Solar Dynamics Observatory (SDO), em janeiro de 2011, mostra erupções solares em extrema luz ultravioleta
Foto: Nasa / Divulgação
A missão Hinode, missão espacial colaborativa entre Japão, EUA, Grã-Bretanha e Europa, capturou essa imagem da cromosfera do Sol em 2007
Foto: Nasa / Divulgação
Labareda em forma de laço é flagrada pela espaçonave da Nasa Transition Region And Coronal Explorer (TRACE) em 2008
Foto: Nasa / Divulgação
Outra imagem de 2008 do satélite STEREO da Nasa mostra o buraco coronal no Sol se expandindo do centro à direita
Foto: Nasa / Divulgação
Foto foi tirada pela espaçonave Solar Dynamics Observatory (SDO) em abril deste ano e mostra uma erupção solar, com nuvens de plasma acima da superfície solar presas por forças magnéticas
Foto: Nasa / Divulgação
A imagem da espaçonave Solar Dynamics Observatory (SDO) mostra um buraco coronal em extrema luz ultravioleta ao centro do Sol
Foto: Nasa / Divulgação
A maior erupção solar de 2011 foi registrada no dia 13 de fevereiro e capturada pela SDO
Foto: Nasa / Divulgação
Segundo os cientistas da Nasa, esta imagem de março deste ano prova que o Sol está saindo de seu período de atividade solar reduzida
Foto: Nasa / Divulgação
Erupção solar datada de 2010 lembra a forma de um anel
Foto: Nasa / Divulgação
A imagem de 2003 mostra a maior erupção solar desde 1989, da classe X (importantes e grande erupções)
Foto: AFP
A imagem de 2008 do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO, na sigla em inglês), mostra três grande manchas solares, representadas pelos três pontos na foto
Foto: AFP
Regiões solares ativas foram capturadas nesta foto da Solar Dynamics Observatory (SDO, na sigla em inglês)
Foto: Nasa / Getty Images
Foto de 2002 da Academia Sueca de Ciências mostra a imagem de um extremo close de uma mancha solar
Foto: Nasa / Getty Images
Imagem de 2000 da espaçonave TRACE da Nasa mostra loops coronais do Sol
Foto: Nasa / Getty Images
Foto mostra o local onde a atmosfera solar é aquecida com temperaturas mil vezes maiores que as temperaturas de sua superfície visível
Foto: Nasa / Getty Images
Concepção artística mostra erupção solar de maior velocidade que aparentemente ultrapassa e "engole" uma erupção mais lenta e menor
Foto: Nasa / Getty Images
A descoberta foi feita por astrônomos da Nasa em 2001
Foto: Nasa / Getty Images
Outra imagem de 2003 que mostra a maior erupção solar desde 1989, classe X-18 - a maior erupção solar já registrada foi classificada como X-20