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Apesar das expectativas, Nasa adia última missão do Endeavour

29 abr 2011 - 21h56
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Após gerar grande expectativa, o lançamento do ônibus espacial Endeavour, que deveria ter partido nesta sexta-feira rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) em sua última missão, foi adiado 72 horas devido a um problema técnico de última hora.

O voo está previsto agora para a próxima segunda-feira, 2 de maio, às 15h33 (horário de Brasília), do Centro Espacial Kennedy da Nasa, na base Cabo Canaveral, localizada no estado americano da Flórida.

O Endeavour não pôde partir nesta sexta-feira, apesar da grande expectativa gerada, que contou inclusive com a presença do presidente americano, Barack Obama, e sua família.

O tempo era favorável. O abastecimento do tanque de combustível derivado do petróleo externo começou no início da manhã e os astronautas chegaram a cumprimentar um grupo de pessoas selecionadas pela Nasa - agência espacial americana -, quando receberam o aviso de retorno.

No último momento, quando os técnicos realizavam procedimentos rotineiros antes do voo, detectaram uma falha em um dos dois circuitos de calefação da unidade de potência auxiliar (APU) 1, o que forçou o adiamento da decolagem em 72 horas.

Os calefatores ajudam a manter a temperatura da hidrazina das unidades de potência auxiliares e evitam que ela congele quando o ônibus espacial entra em órbita.

As tentativas para ativar o aquecedor não tiveram êxito e os engenheiros acreditam que o problema possa estar associado à caixa de controle de carga, situada no extremo da popa do Endeavour, ou a um curto-circuito nos cabos que a conectam.

O diretor de lançamentos, Mike Leinbach, indicou em entrevista coletiva que estão esvaziando o tanque externo para que os técnicos possam entrar no compartimento de popa, onde estão os módulos eletrônicos, e avaliar se é necessário substituir a caixa de distribuição ou simplesmente mudar o cabeamento elétrico.

"Tínhamos muita vontade de vê-lo decolar, mas a segurança é o mais importante", disse o diretor do Centro Espacial Kennedy, Robert Cabana.

O presidente Barack Obama chegou ao Centro Espacial Kennedy com sua esposa, Michelle, e suas filhas, Sasha e Malia, tal como estava previsto, visitaram as instalações do local e viram também o Atlantis, que será o último ônibus espacial em operação, na missão prevista para junho.

Durante a visita, Obama teve a oportunidade de se reunir com a tripulação do Endeavour, comandada pelo astronauta Mark Kelly, marido da congressista Gabrielle Giffords, ferida em um tiroteio em janeiro passado.

Giffords, que se recupera em um centro de reabilitação em Houston (Texas), recebeu nesta semana a autorização dos médicos para viajar à Flórida e comparecer ao lançamento, no qual seria seu primeiro ato público após o ataque, no qual seis pessoas morreram e outras 13 ficaram feridas.

Não houve lançamento, mas foi realizado um dos encontros mais esperados do dia. Obama trocou palavras com Kelly antes de conversar com Giffords, a quem visitou no hospital quando ela estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Mais de 250 mil pessoas chegaram a congestionar as estradas de Cabo Canaveral para poder assistir, ainda que de longe, ao último lançamento do Endeavour, mas tiveram que passar o tempo esperando notícias.

A Nasa tinha convidado um grupo de 150 pessoas de todo o mundo para relatar o lançamento em mensagens no Twitter. O venezuelano Alexis Dames, um dos internautas convidados, disse à Agência Efe que o adiamento da decolagem "foi inesperado", mas "as pessoas reagiram positivamente".

A missão, agora agendada para segunda-feira, será a 134ª de um ônibus espacial e a 25ª do Endeavour.

O Endeavour levará o Espectrômetro Magnético Alfa-2 (AMS-2), um instrumento que será instalado na ISS para medir a antimatéria e conhecer mais sobre as origens do Universo. Dezesseis países participaram deste projeto.

Durante os 14 dias que durará a missão, os astronautas devem realizar quatro excursões para fora do Endeavour com o objetivo de fazer experimentos, abastecer os radiadores com amoníaco e instalar ganchos e plataformas de suporte no braço robótico da nave, entre outras operações.

Kelly será o líder da missão STS-134, formada também pelo piloto Gregory Johnson e pelos especialistas Michael Fincke, Greg Chamitoff, Andrew Feustel e pelo astronauta da Agência Espacial Europeia Roberto Vittori.

EFE   
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