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EUA aprovam novo dispositivo portátil para tratar câncer de cérebro

15 abr 2011 - 19h51
(atualizado às 21h00)
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A Administração de Drogas e Alimentos (FDA, em inglês) anunciou nesta sexta-feira a aprovação de um dispositivo portátil que interrompe a divisão de células que contribui para o crescimento e propagação de tumores no cérebro.

O dispositivo NovoTTF-100A, do fabricante israelense Novocure, foi projetado para tratar adultos com glioblastoma multiforme (GBM, em inglês), um câncer muito comum e agressivo que costuma resistir aos tratamentos cirúrgicos, quimioterapia e radiação, explicou a FDA em comunicado.

"O glioblastoma multiforme recorrente é um tipo de câncer cerebral devastador que frequentemente resiste aos tratamentos padrões", explicou o diretor da FDA responsável pela aprovação de dispositivos, Jeffrey Shuren.

Para as autoridades médicas, o sistema NovoTTF-100A, que foi aprovado com base nos resultados de um único estudo internacional com 237 pacientes, oferece novas opções de tratamento.

Até agora, o tratamento de tumores primários do cérebro consistiu em remédios, cirurgia e radiação, ou mesmo uma combinação desses elementos.

O sistema é composto de uma série de eletrodos implantados no couro cabeludo do paciente e emitem descargas elétricas de baixa intensidade para atacar o tumor cerebral.

Segundo a FDA, a forma e características elétricas das células cancerígenas em processo de divisão são suscetíveis aos chamados "Campos de Tratamento do Tumor" (TTF, em inglês), "o que poderia frear o crescimento do tumor".

O dispositivo é portátil - pesa 2,7 kg -, funciona com baterias ou com energia elétrica, e o paciente pode utilizá-lo em casa e assim continuar suas atividades diárias com normalidade, acrescentou.

O estudo internacional não demonstrou um aumento no período de sobrevivência dos pacientes que utilizaram o dispositivo, em comparação com os que se submeteram a quimioterapia. Em ambos grupos, os pacientes registraram uma média de seis meses adicionais.

O entusiasmo em torno do aparelho se deve a que os pacientes que usaram o NovoTTF-100A tiveram uma melhor qualidade de vida.

Em geral, indicou a FDA, os pacientes que foram submetidos a tratamento com o NovoTTF-100A experimentaram uma maior incidência de efeitos neurológicos secundários, incluindo convulsões e dores de cabeça, em comparação com os quais receberam quimioterapia, no entanto, os pacientes que usaram o novo sistema não reportaram problemas de náusea, anemia, fadiga, diarreia e infecções graves, como costuma ocorrer com a toxicidade da quimioterapia.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, cada ano aproximadamente 19 mil pessoas nos Estados Unidos são diagnosticadas com câncer no cérebro. Em 2010, houve 13.140 mortes por este tipo de câncer e outros cânceres do sistema nervoso no país.

EFE   
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