PUBLICIDADE

EUA apresentam braço biônico comandado pelo pensamento

17 fev 2011 - 16h15
(atualizado em 7/12/2011 às 17h44)
Compartilhar

Um braço biônico ortopédico controlado pelo pensamento do usuário, que reproduz ao amputado parte das sensações da pele, será apresentado nesta quinta-feira durante uma conferência científica nos Estados Unidos. Mais de 50 amputados de todo o mundo, muitos deles veteranos de guerra que perderam partes do corpo em combate, receberam próteses como estas desde que foram inventadas pelo médico americano Todd Kuiken, em 2002.

O braço ortopédico biônico será apresentado em conferência nos Estados Unidos
O braço ortopédico biônico será apresentado em conferência nos Estados Unidos
Foto: AFP

O braço utiliza uma tecnologia chamada de restauração nervosa muscular dirigida (Targeted Muscle Reinervation, TMR), que trabalha redirecionando os sinais do cérebro dos nervos lesionados aos músculos que estão intactos e em uso. Glen Lehman, um sargento americano reformado que perdeu o braço no Iraque, será o demonstrador da tecnologia na conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.

"Há mais de 20 anos me dei conta de que as próteses da época eram incapazes de aumentar as funções e o movimento dos amputados", disse Kuiken em um comunicado divulgado antes da apresentação. "Havia uma importante necessidade insatisfeita para melhorar as vidas dos amputados e queria desenvolver uma tecnologia que fosse de ajuda", afirmou.

Uma série de esforços para ensaiar e melhorar este tipo de robótica "leitora do pensamento", conhecida como interfaces cérebro-computador, também serão exibidas na conferência. Entre elas, como os cientistas podem instalar chips de computador na superfície do cérebro para interpretar a atividade neuronal, o que permite potencialmente aos pacientes com lesões na espinha dorsal controlar uma variedade de aparelhos de jogos de computador a próteses.

Mas, enquanto a tecnologia pode ser surpreendente, não é nada fácil de manipular para os pacientes. Segundo José del R. Millan e sua equipe da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, em um aparelho com "interface cérebro-computador típico", os usuários mandam mensagens mentais para a direita, a esquerda ou no ponto zero (sem comando). "Mas acontece que o 'ponto zero' é muito complicado de manter e exige concentração extrema. Depois de cerca de uma hora, a maioria dos usuários fica exausta. Não é de muita ajuda se você precisa manobrar a cadeira de rodas em um aeroporto", admitiu a equipe em um comunicado.

Por isso, agora os pesquisadores tentam montar uma máquina que leia os sinais do cérebro do amputado e interprete sua vontade. Eles pedem aos usuários que leiam ou falem em voz alta enquanto pensam a maior quantidade possível de direções à direita, à esquerda e neutras. A tecnologia aprende a distinguir entre tanta informação e entende quando um comando é ordenado. O resultado "torna a multitarefa uma realidade, ao mesmo tempo em que permite aos usuários respirar".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade