Pesquisadores americanos criam Pac-Man com organismos de verdade
27 jan2011 - 18h06
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Cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, criaram uma versão real do jogo Pac-Man, mas, em vez de utilizar uma grande bola amarela, o "come-come" utilizado foi um organismo unicelular.
O "jogo" foi chamado pelos cientistas de PAC-mecium, em referência ao organismo utilizado, um protista do gênero Paramecium. Os pequenos organismos foram colocados em uma câmara com um fluido, utilizando um microscópio para visualizar o seu conteúdo. Acoplada ao microscópio há uma câmera, que transmite as imagens para um monitor.
O controle para o jogo se assemelha a um controle convencional. Os organismos são movimentados de acordo com alterações na polaridade de um campo elétrico no meio em que estão, que, por sua vez, é alterada pelo "jogador". A pontuação é calculada por um computador de acordo com a movimentação dos paramecia no campo de jogo.
Para quem está se perguntando o que os pesquisadores tinham em mente quando fizeram o jogo, o Prof. Ingmar Riedel-Kruse, um dos responsáveis pelo projeto, explica: "Nós esperamos que, ao jogar games que envolvem uma biologia de escala tão pequena (...), as pessoas possam se dar conta do quão incrível estes processos são, e queiram saber mais".
O Prof. Riedel-Kruse já tem um defesa pronta para aqueles que podem acusar a equipe de causar dor e sofrimento a seres vivos, afirmando que estes organismos não sentem dor. Entrentanto, ele também afirma que o jogo seria possível com outros tipos de organismos, que sentem dor. Outros jogos desenvolvidos pelos pesquisadores foram "Pond Pong", "CIliaball" e "Biotic Pinball".
Eucidio Pimenta Arruda, professor da Faculdade de Educação da UFU, defende os jogos de videogame como uma fonte de aprendizado
Foto: Divulgação
Arruda indica seis games que para ele ajudam os estudantes
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A série Age of Empires aborda a história de diversas regiões
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O jogo "proporciona ao jogador se tornar uma espécie de imperador de diferentes regiões como Grécia, Roma, Turquia, Império Otomano, Assírios, Inglaterra, Alemanha, Holanda, etc.", diz o pesquisador
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No último jogo da série, o Age of Empires III, o jogador pode vivenciar, por exemplo, as guerras da Espanha contra os astecas
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"Em cada versão do jogo há impérios específicosde uma época e o jogador pode escolher e situações históricas paravivenciar ou construir a própria história de conquistas de seu império", diz
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"(O jogo) permite ao jogador recriar períodos históricos conforme a sua imaginação", afirma o professor
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O Age of Empires II se concentra principalmente na Idade Média
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"É um jogo que privilegia a guerra e o conflito armado", diz Arruda
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O primeiro jogo da série aborda a Antiguidade
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São mais de 10 mil anos de história em um único jogo
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A série ainda inspirou outro título da Microsoft, o Age of Mythology
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Como o nome indica, o game privilegia mais a mitologia do que a história
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O jogador pode aprender sobre mitos e deuses gregos, vikings e egípcios
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O segundo jogo recomendado por Arruda é a série Civilization, com cinco títulos
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"Um dos jogos mais importantes com temática em História. Privilegia, principalmente, as estratégias políticas do jogador", diz o professor
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"Ele deve escolher, conforme o período histórico, um império, estado nacional ou país"
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"O foco do jogo são as relações entre países que permitem que o jogador crie relações comerciais, culturais, empréstimos, desenvolvimento e também conflitos com personalidades políticas de determinadas épocas"
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"Jogo extremamente recomendado na área de História, porém de razoável complexidade, além de demandar um bom tempo de jogo para se alcançar seus objetivos", complementa
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A série Making History (I e II) também é recomendada por Arruda
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Segundo ele, o jogo foi especialmente criado para o ambiente escolar e lembra o jogo de tabuleiro War
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"O jogador se depara com um período anterior ao início da segunda guerra mundial e precisa conduzir o seu país entre os anos de 1933 e 1945", afirma o professor
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"O jogo exige do jogador raciocínios no campo da economia, indústria civil e bélica, estratégias de guerra, pesquisa científica, geografia das regiões, etc."
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"Ele possui referencial histórico bem mais próximo dostrabalhos acadêmicos e escolares, exatamente por ser um jogo decaráter educativo com características de um jogo comercial"
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World in Conflict é um dos títulos recomendados
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"Este jogo é da chamada História contrafactual, ou seja, um jogo cuja história é baseada em acontecimentos, mas com uma perspectiva de ficção, de construção total de acontecimentos não ocorridos", diz Arruda
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O game é de estratégia em tempo real e é focado na Guerra Fria
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"O jogo se inicia em 1989 com a declaração de guerra da União Soviética aos Estados Unidos"
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"É um jogo interessante para o professor discutir a relatividade nas interpretações de fatos e acontecimentos históricos", diz Arruda
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Rome: Total War e Medieval Total War são também recomendados por Arruda
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"São jogos de batalhas históricas e fictícias sobre o período romano e medieval", diz
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"Este jogo é altamente complexo e demorado"
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"Ele privilegia os conflitos, as estratégias de guerra que envolvem não apenas a batalha em si, mas a competência do jogador em escolher aliados, organizar suas tropas, seus alimentos"
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"Também envolve o jogador em uma dimensão temporal interessante, pois ele é levado a raciocinar sobre a complexidade de cada ação tomada por um sujeito e nas suas respectivas consequências para a vida de seus personagens (no caso, do jogo)"
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Um dos títulos recomendados pelo professor é gratuito
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O brasileiro Tríade foi criado pela Universidade do Estado da Bahia, sob a coordenação daprofa. Lynn Alves
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"O jogo simula o período histórico da Revolução Francesa"
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"Chama a atenção a grande qualidade da produção, tanto em seuaspecto técnico quanto pedagógico"
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"A simulação do jogo parte da perspectiva da microhistória e o jogador escolher personagens comuns da época e, ao longo do jogo, precisam cumprir pequenas tarefas que permitem a eles entrar em contatos com objetos, arquitetura, personagens e referencias culturais do período", conclui
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"Nos jogos é errando que se aprende. Na escola, é acertando que se aprende. Além disso, os games possibilitam troca de estratégias, onde o mais experiente ensina o inexperiente e vice -versa. Já nos colégios, ainda existe uma certa dificuldade na aceitação de que o conhecimento não é produzido apenas pelo professor", diz
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Essa diferenciação entre as duas linguagens, uma de ensino tradicional e a outra através da tecnologia, possivelmente iria ajudar os considerados "maus alunos", mas que possuem ótimo despenho no mundo virtual
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"Na minha tese de doutorado, a grande maioria dos jogadores analisados por mim não eram considerados bons alunos, segundo suas próprias palavras. Há um distanciamento entre escola e sociedade, que tem dificultado, de uma forma ainda invisível, o sucesso na formação dos alunos. O videogame poderia fazer a ponte entre as duas estruturações"