Sonda Voyager chega perto da fronteira do Sistema Solar
14 dez2010 - 09h23
(atualizado às 10h00)
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A sonda espacial Voyager 1, lançada há 33 anos, está perto da fronteira do Sistema Solar. A 17,4 bilhões de km de casa, a sonda é o objeto feito pelo homem mais distante da Terra e começou a identificar uma mudança nítida no fluxo de partículas à sua volta.
Estas partículas, emanadas pelo Sol, não estão mais se dirigindo para fora e sim se movimentando lateralmente. Isso significa que a Voyager deve estar muito perto de dar o salto para o espaço interestelar - o espaço entre as estrelas.
Edward Stone, cientista do projeto Voyager, elogiou a sonda e as incríveis descobertas que ela continua enviando à Terra. "Quando a Voyager foi lançada, a era espacial tinha apenas 20 anos de idade, então não era possível prever que uma sonda espacial pudesse durar tanto tempo", disse ele. "Não tínhamos ideia do quanto teríamos que viajar para sair do Sistema Solar. Sabemos agora que em aproximadamente cinco anos devemos estar fora do Sistema Solar pela primeira vez", completou.
'Partículas carregadas'
A Voyager 1 foi lançada no dia 5 de setembro de 1977, enquanto sua sonda gêmea, a Voyager 2, foi enviada ao espaço pouco antes, em 20 de agosto de 1977. O objetivo inicial da Nasa era inspecionar Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, uma tarefa concluída em 1989.
As sondas gêmeas foram então enviadas na direção do centro da Via Láctea. Abastecidos por suas fontes radioativas de energia, os instrumentos das sondas continuam funcionando bem e enviando informações à Terra, apesar de que a vasta distância envolvida significa que uma mensagem de rádio precisa viajar cerca de 16 horas.
As últimas descobertas vêm do detector de partículas de baixa energia da Voyager 1, que tem monitorado a velocidade dos ventos solares. Esta corrente de partículas carregadas forma uma bolha em torno do nosso Sistema Solar conhecido como heliosfera. Os ventos viajam a uma velocidade "supersônica" até cruzar uma onda de choque no encontro com as partículas interestelares.
Nesse ponto, o vento reduz sua velocidade dramaticamente, gerando calor. A Voyager determinou que a velocidade do vento em sua localização chegou agora a zero.
Corrida
"Chegamos ao ponto em que o vento solar, que até agora tinha um movimento para fora, não está mais se movendo para fora; está apenas de movendo lateralmente para depois acabar descendo pelo rabo da heliosfera, que é um objeto com forma de cometa", disse Stone, que é baseado no Instituto de Tecnologia da Califórnia, em Pasadena.
O fenômeno é a consequência do vento indo de encontro à matéria vinda de outras estrelas. A fronteira entre os dois é o fim "oficial" do Sistema Solar, a heliopausa. Uma vez que a Voyager passar por isso, estará no espaço interestelar.
Os primeiros sinais de que a Voyager havia encontrado algo novo apareceram em junho. Vários meses de coleta de novos dados foram necessários para confirmar a observação.
"Quando percebi que estávamos recebendo zeros definitivos, fiquei maravilhado", disse Rob Decker, um pesquisador da Universidade Johns Hopkins que trabalha com o detector de partículas de baixa energia da Voyager. "Ali estava a Voyager, uma sonda espacial que tem sido um burro de carga há 33 anos, nos mostrando algo completamente novo mais uma vez", completou Decker.
Imagem registrada da Estação Espacial Internacional mostra as cidades de Turim (Itália), Lyon e Marseille (França)
Foto: Nasa / Divulgação
A câmera de alta resolução da espaçonave Mars Express registrou esta imagem da lua Phobos, de Marte
Foto: ESA / Divulgação
A sonda Rosetta registra os 3,2 mil km do asteroide Lutetia
Foto: ESA / Divulgação
Erupção solar é vista em 8 de setembro
Foto: Nasa / Divulgação
Pode parecer a Lua, mas esta é a superfície de Mercúrio fotografada pela sobra Messenger
Foto: Nasa / Divulgação
A sonda Messenger ainda fez este registro da Terra e da Lua quando estava a 183 milhões de km do nosso planeta. Curiosamente, o norte pode ser visto parte inferior da Terra na imagem
Foto: Nasa / Divulgação
A Lua crescente pode ser vista próxima da linha da Terra em imagem feita da estação internacional quando passava pela Ásia Central
Foto: Nasa / Divulgação
Esta imagem da Terra foi feita da Lua pela sonda LROC. A imagem na verdade é um mosaico feito durante a calibragem do equipamento
Foto: Nasa / Divulgação
O glacial Mertz fica próximo da Antártida e foi registro por um satélite da Nasa
Foto: Nasa / Divulgação
Esta imagem foi registrada pelo astronauta Douglas H. Wheelock e mostra, segundo ele mesmo, "a beleza da Itália em uma noite de verão"
Foto: Nasa / Divulgação
Esta imagem mostra cerca de 400 m na região da Lua chamada de Mar da Tranquilidade
Foto: Nasa / Divulgação
Os últimos raios de Sol pode ser vistos na cratera Bhabha, na Lua
Foto: Nasa / Divulgação
Esta imagem revela uma ponte natural na Lua. Acredita-se que ela tenha sido formada pelo desabamento de um tubo de lava
Foto: Nasa / Divulgação
Duna solitária é registrada na superfície de Marte pela sonda Mars Reconnaissance
Foto: Nasa / Divulgação
Estrutura vulcânica revela o vento soprando em Marte
Foto: Nasa / Divulgação
Dunas da cratera Matara são registradas pela câmera HiRISE
Foto: Nasa / Divulgação
A sonda Opportunity registra seu próprio rastro no solo marciano
Foto: Nasa / Divulgação
A sonda registra novamente suas marcas no planeta vermelho
Foto: Nasa / Divulgação
A sonda examina de perto rocha marciana
Foto: Nasa / Divulgação
A Opportunity usa sua câmera microscópica para fazer registro de rocha em Marte
Foto: Nasa / Divulgação
A lua Enceladus pode ser vista perto de Saturno
Foto: Nasa / Divulgação
A lua Tethys é iluminada pelo Sol
Foto: Nasa / Divulgação
A sonda Cassini faz um dos registro mais próximos de Daphnis - a 75 mil km de distância -, uma lua que fica nos anéis de Saturno
Foto: Nasa / Divulgação
A lua Rhea é vista próxima aos anéis de Saturno
Foto: Nasa / Divulgação
A lua Dione é registrada em frente a Titã, outra das luas de Saturno. A imagem foi registrada quando a sonda Cassini estava a 1,8 milhões de km de Dione e a 2,7 milhões de km de Titã
Foto: Nasa / Divulgação
A lua Enceladus ejeta água em forma de gelo de um de seus polos. O anel G de Saturno pode ser visto atrás
Foto: Nasa / Divulgação
Cassini registra a superfície de Enceladus
Foto: Nasa / Divulgação
Meteoro é visto em Stonehenge, no sul da Inglaterra
Foto: Reuters
A imagem da direita foi registrada pelo astrônomo amador Masayuki Tachikawa, de Kumamoto, Japão. A da esquerda foi feita pelo também amador Anthony Wesley, de Broken Hill, Austrália. As duas mostram o choque de um cometa e um asteroide em Júpiter - os pequenos pontos brancos nas imagens