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COP-16: com otimismo, reunião do clima entra na fase final

6 dez 2010 - 06h10
(atualizado às 06h30)
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Ainda sem uma luz no fim do túnel, a conferência das Nações Unidas sobre mudança climática entra nesta segunda-feira na sua última e decisiva semana, com a chegada de ministros da maioria dos cerca de 190 países que participam do encontro. A primeira semana de discussões foi marcada pelo anúncio de que o Japão não tem planos de se comprometer com metas para um segundo período do Protocolo de Kyoto, que vence em 2012, e por uma continuação da desconfiança entre países ricos e em desenvolvimento.

Nos próximos dias, negociadores e ministros devem debater o rascunho de texto elaborado pela presidência da conferência, tradicionalmente entregue aos anfitriões, neste caso os mexicanos, a partir do que foi discutido durante a primeira semana. A impressão que se tem nas conversas de corredores é de que o clima é bem mais amistoso e relaxado - mesmo com uma segurança que mais parece uma operação de guerra - do que durante a reunião do ano passado, em Copenhague.

O mantra repetido à exaustão pela secretária-executiva da ONU para mudança climática, Christiana Figueres, e por negociadores brasileiros, americanos e chineses, entre outros: é "pacote equilibrado".

Difícil meio termo

Na tradução do jargão, isso significa encontrar um meio termo entre as expectativas de todos (ou ambos, desenvolvidos e em desenvolvimento) os lados. "Viemos aqui para negociar, não para reiterar as posições nacionais", afirmou a negociadora europeia Connie Hedegaard.

O negociador-chefe americano, Jonathan Pershing, também foi bem claro. Para ele, um resultado equilibrado exige que tanto americanos quanto chineses, indianos e brasileiros façam concessões. O rascunho de acordo apresentado pelos organizadores mexicanos do encontro é amplamente baseado no Acordo de Copenhague - a carta de intenções lançada por um grupo de países, entre eles o Brasil, no ano passado, aponta as opções discutidas até o momento.

Neste denominador comum, pelo menos em uma das duas principais linhas de negociação, a que trata de ações de longo prazo, parece melhor encaminhada. Ainda assim, ativistas criticam as opções deixadas pela presidência do encontro no texto.

"As opções representam as posições mais extremas dos países", afirmou o diretor de política climática do WWF, Wender Trio.

A outra vertente, que tenta negociar a extensão ou a renovação do Protocolo de Kyoto está em situação bem mais difícil. Com o desinteresse do Japão e os Estados Unidos fora de qualquer maneira, uma vez que não ratificaram o acordo, resta a pressão dos países em desenvolvimento. No coro dos insatisfeitos, a voz do negociador-chefe brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, é uma das mais altas.

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