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Cancún: Alba endurece discurso contra nações desenvolvidas

3 dez 2010 - 19h16
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Claudia Andrade
Direto de Cancún

Países da Aliança Bolivariana para as Américas (Alba) endureceram nesta sexta-feira (3) o discurso para tentar pressionar nações desenvolvidas a mudar sua posição e apoiar o segundo período de compromissos com o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

Em entrevista coletiva durante a 16ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-16), em Cancún, no México, a negociadora da Venezuela, Claudia Salerno, usou palavras duras para falar sobre a posição dos países que são contra um segundo período de comprometimento com o protocolo. Disse que os países da Alba não devem ser tratados como "estúpidos" nem ceder a "chantagens".

"Os comentários que escutamos há pouco em uma reunião informal, para nossa surpresa, foram os de que não há possibilidade nenhuma de um segundo período de Kyoto, de que vão mandar apenas um sinal de continuidade. O planeta não precisa de sinais, precisa de ações".

A delegada criticou os que querem "ir à praia" porque não a nada mais a ser feito na COP-16, porque não há perspectiva de acordo no encontro. "Nós, os países de Alba, não vamos permitir que isso aconteça. Não somos países estúpidos que se rendem. Estamos aqui para trabalhar e nunca vamos desistir de um acordo plural equilibrado em que estejam todos os países".

O embaixador da Bolívia, Pablo Solón, acrescentou que os países em desenvolvimento não vão apresentar nenhuma proposta, pois querem apenas que seja cumprido o que já está previsto no Protocolo de Kyoto, prevendo que os países que ratificaram o protocolo têm que se comprometer e estabelecer reduções para um segundo período. "Isso é o que tem que sair daqui dessa conferência".

"O Protocolo de Kyoto é mais que um amontoado de páginas, ele está ligado à vida de milhões de pessoas", ressaltou a negociadora venezuelana.

O Japão já manifestou na COP-16 sua posição contrária a um segundo período de comprometimento por considerar que o protocolo está ultrapassado, por cobrir apenas 27% das emissões globais de gases do efeito estufa. O país defende a utilização das metas facultativas estabelecidas no acordo da Conferência de Copenhague, realizada no ano passado, como base para um instrumento "justo e efetivo", com a participação de todos os principais emissores.

Os delegados da Alba foram questionados sobre quais seriam os outros países que se negam a apoiar o segundo período, mas não quiseram revelar, alegando que as negociações ainda estão em curso. Não confirmaram nem mesmo os países apontados por jornalistas como possíveis "inimigos" do protocolo, como Rússia, Canadá, Austrália.

Fonte: Redação Terra
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