Em lago onde foi achada nova forma de vida, quase nada sobrevive
3 dez2010 - 09h25
(atualizado às 14h18)
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O lago Mono, no leste da Califórnia, tornou-se na quinta-feira, 2 de dezembro, um dos pontos mais comentados do mundo. Tudo porque pesquisadores do Estado do Arizona, financiados pela Nasa, descobriram uma nova forma de vida até então diferente dos padrões tradicionais conhecidos.
Astrônomo: Nasa mostra que ETs podem estar entre nós:
O local é conhecido mundialmente pela hipersalinidade e pela altíssima concentração de arsênio, um dos "venenos" mais notórios do planeta. Além de algumas espécies de plantas, que sobrevivem grudadas às rochas que estão por todo o Mono, não se tinha conhecimento de qualquer outro tipo de vida que sobrevivesse a este ambiente hostil. Pelo menos até a descoberta anunciada nesta quinta-feira do micro-organismo que utiliza o próprio arsênio como constituínte básico do seu DNA em vez do tradicional fósforo.
Acredita-se que o lago Mono exista há mais de 700 mil anos e que possua profundidade aproximada de 270 m. Apesar de a região ser um refúgio natural para passáros e insetos, segundo informa o site da organização que cuida deste paraíso natural, www.monolake.org, nem mesmo um peixe é capaz de sobreviver nas águas altamente alcalinas do lago.
Descoberta também muda a maneira de pensar sobre o que são "ambientes habitáveis" no universo. Na imagem, o micro-organismo que usa arsênio no lugar de fósforo na constituição de seu DNA
Foto: Nasa / Reprodução
A nova forma de vida substitui fósforo por arsênio em seu metabolismo
Foto: Nasa / Reprodução
O brasileiro Douglas Galante, coordenador do Laboratório de Astrobiologia da USP acredita que, no Brasil, ambientes vistos como "inabitáveis" também merecem estudo mais detalhado
Foto: Getty Images
Para pesquisadores, descoberta expande o horizonte de possibilidades de busca de vida fora da Terra
Foto: Divulgação
O arsênio é uma substância que, dentro do corpo humano, pode matar todas as células. No entanto, ela faz parte da constituição do DNA deste micro-organismo
Foto: Getty Images
Nasa afirmou que descoberta é somente um ponta-pé para uma série de dicussões e expansão da maneira como o espaço era explorado até então
Foto: Nasa / Divulgação
Um time de quatro pesquisadores, liderados por Felisa Wolfe-Simon (à esq.), que descobriu o micro-organismo, liderou a coletiva de impresa da Nasa nesta sexta-feira, às 17h
Foto: Divulgação
Para Nasa, forma de vida encontrada significa uma descoberta impactante na busca por vida extraterrestre
Foto: Getty Images
Site holandês havia especulado, horas antes do anúncio oficial da Nasa, sobre descoberta de micro-organismo no Mono Lake, na Califórnia
Foto: Getty Images
Segundo pesquisadores, público pode ter se frustrado por Nasa não apresentar um "ET", como na ficcção científica
Foto: Getty Images
Na imagem, a pesquisadora Felisa Wolfe-Simon trabalha com lama do Mono Lake para estudar o micro-organismo
Foto: Nasa / Divulgação
A descoberta, no entanto, é um enorme passo para a comunidade científica, sendo categorizada como "fenomenal" pelos pesquisadores
Foto: Getty Images
O grupo de quatro pesquisadores comentou que o mais importante, a partir de agora, é procurar por mais "exceções" de vida no universo
Foto: AFP
Felise e mais dois pesquisadores procuravam por evidências de que organismos vivos pudessem ser constituídos por outros elementos químicos no lugar do fósforo
Foto: AFP
Felise comentou, no entanto, que a pesquisa se encontra em um estágio muito inicial e que é impossível tirar grandes conclusões neste momento sobre a vida no universo
Foto: AFP
Bem humorada, pesquisadora Felise Wolfe-Simon brincou ao afirmar que as escolas precisarão mudar seus livros didáticos a partir de hoje
Foto: AFP
A descoberta de Felise abre uma nova perspectiva sobre o que é necessário para a constituição de vida dentro e fora do planeta Terra
Foto: AFP
Na imagem, pesquisadores recolhem do lago tóxico Mono, na Califórnia, ainda na fase de estudos sobre a possibilidade da descoberta de vida dentro do arsênio
Foto: AFP
Na imagem, a microfotografia mostra, aplificadamente, o micro-organismo que possui o elemento até então considerado tóxico para a vida, o arsênio, dentro do seu DNA