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Pesquisadora: outros elementos químicos podem formar vida

2 dez 2010 - 21h19
(atualizado em 3/12/2010 às 11h04)
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A descoberta da Nasa, anunciada às 17h desta sexta-feira, de um micro-organismo que cresce em um meio altamente tóxico dentro do próprio planeta Terra, quebra os padrões pré-estabelecidos e introduz uma nova visão à exploração de vida extraterrestre. Para os pesquisadores da Nasa, a descoberta amplia as possibilidades de vida na medida em que permite pensar que outros elementos químicos podem desempenhar as mesmas funções em um organismo que o fósforo, por exemplo.

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Fruto de um estudo feito para a revista Science pela pesquisadora Felisa Wolfe-Simon, o anúncio aconteceu para contar ao mundo como um micro-organismo conseguiu se desenvolver em um dos mais notórios venenos da Terra, o arsênio. Ela também contou que, desde 2009, ela e mais dois colegas lideram um grupo de estudos que cogitava a possibilidade do arsênio, que aparece diretamente abaixo do fósforo na tabela periódica, pudesse substituir o fósforo na constituição básica da vida terrestre.

A nova forma de vida encontrada no lago Mono, na Califórnia, nos EUA, não só encontrou neste meio aparentemente hostil uma maneira de crescer, como incorporou o arsênio em seu DNA. "Todas as formas de vida que conhecemos se compõem, principalmente, de seis elementos: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, enxofre e fósforo", afirmou Felisa Wolfe-Simon.

Teoricamente, não há razão pela qual outros elementos não poderiam ser usados em vez dos "eleitos" pela natureza para constituir a vida. Só que a Ciência nunca havia encontrado nenhum ser vivo que os usasse. "Talvez haja outras exceções sobre as quais devamos pensar a respeito", acrescentou a pesquisadora.

Na prática, a descoberta traz uma nova perspectiva sobre o que é necessário para criar uma vida. "O estudo significa que ainda não sabemos tudo o que precisamos sobre as condições essenciais para sustentar a vida", comentou ao brincar que as escolas, a partir de hoje, precisarão mudar seus livros ditádicos no que se refere à constituição da vida.

No entanto, as evidências ainda são muito incipientes para conclusões concretas e, principalmente, sobre outras formas de vida possíveis fora do planeta Terra. "A forma como o arsênio se introduz na estrutura das biomoléculas não está clara, e não conhecemos os mecanismos pelos quais operam tais moléculas", finalizou Felisa.

Com informações das agências AFP, EFE e Reuters.

Fonte: Redação Terra
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