PUBLICIDADE

COP16 começa disposta com discurso para mudança climática

29 nov 2010 - 21h23
(atualizado em 30/11/2010 às 08h52)
Compartilhar

A Conferência da ONU sobre Mudança Climática começou na segunda-feira com um pedido urgente para que sejam tomadas medidas para frear a mudança climática, mas disposta a fazer com que a reunião passe do discurso à ação na luta contra o aquecimento global.

A anfitriã da cúpula, a chanceler mexicana, Patricia Espinosa, assegurou que em Cancún é possível "conseguir resultados significativos" que permitam "passar do discurso para a ação" no combate à mudança climática.

Para Patricia, a adoção de um pacote amplo de decisões "está ao alcance" da Cúpula de Cancún, reunião que se prolongará até o dia 10 de dezembro e da qual participam mais de 194 nações.

A cúpula trabalhará de maneira "transparente" para dar lugar a todas as opiniões, disse a ministra de Exteriores do México.

Na inauguração do evento, realizado em um hotel de luxo do balneário mexicano, o presidente do país, Felipe Calderón, assegurou que "no mundo existe uma nova onda de consciência sobre mudança climática que precisa de ações imediatas".

O líder pediu aos negociadores, que buscarão na reunião acordos para frear o aquecimento global, que lembrem que são responsáveis pelo que ocorre a milhões de seres humanos e que a mudança climática "não distingue nem cor nem fronteiras".

"Não estaremos sozinhos negociando, mas estarão aqui dentro bilhões de seres humanos" que desejam que a cúpula fale em nome da humanidade. Calderón insistiu na necessidade de reduzir a brecha entre norte e sul, mas também a brecha entre homem e natureza, e defendeu que é compatível um crescimento sustentado e a luta contra a mudança climática.

"O mundo está esperando que atuemos corretamente", disse Calderón antes de expressar sua confiança de que "haverá um mundo melhor a partir do que for acordado em Cancún".

A conferência começou com as palavras do Prêmio Nobel de Química mexicano (1995), Mario Molina, que pediu aos participantes da COP16 para tentar limitar a um aumento de dois graus o aquecimento global, o que implica um "custo relativamente baixo" em termos do Produto Interno Bruto mundial, em torno de 2% a 3%.

"Adiar uma ação poderia implicar um custo astronômica para gerações futuras", acrescentou. Por isso, pediu a nova Cúpula Climática para alcançar acordos concretos e, ao mesmo tempo, buscar uma redução global de emissões "em um poucos anos".

A secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Christiana Figueres, confia que em Cancún "se alcance o caminho para um resultado firme e confiável".

Pediu aos participantes que obtenham "conquistas mais eficazes", uma tarefa que considerou que "não é fácil, mas viável". Cancún sucede a reunião do ano passado, em Copenhague, onde foi realizado um acordo mínimo que estabeleceu o compromisso de buscar que a temperatura não aumente mais de dois graus em relação aos níveis de 1900 sem fixar medidas nem prazos para isso.

Em Cancún, há expectativas de que sejam alcançados avanços em financiamento a longo e curto prazo, reflorestamento, adaptação e transferência de tecnologias. Durante a primeira semana da Cúpula as negociações serão dirigidas pelos delegados dos países participantes que abrirão o caminho para a fase de alto nível que começará em 7 de dezembro, com a presença de ministros e líderes.

Segundo a Chancelaria mexicana, mais de 20 presidentes confirmaram presença, entre eles, vários latino-americanos como o venezuelano, Hugo Chávez, o boliviano, Evo Morales, o equatoriano, Rafael Correa e o colombiano, Juan Manuel Santos, entre outros.

EFE   
Compartilhar
TAGS
Publicidade