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Cientistas do LHC querem provar existência de novas dimensões

15 nov 2010 - 20h02
(atualizado em 16/11/2010 às 01h49)
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Cientistas que operam a "máquina do Big Bang" dizem que suas experiências estão transcorrendo além das expectativas, e que preveem obter no ano que vem provas da existência de outras dimensões além daquelas às quais estamos acostumados.

Analisando os resultados de quase oito meses de experiências no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), que é a maior máquina do mundo, os cientistas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) disseram também que poderão determinar até o final de 2011 se a misteriosa partícula chamada bóson de Higgs realmente existe ou não. Essa partícula nunca foi localizada, mas acredita-se que ela forneça a "cola" que dá massa à matéria.

Guido Tonelli, porta-voz de uma das equipes ligadas ao LHC, disse que a investigação sobre as dimensões adicionais - além da altura, largura, comprimento e tempo - se tornará mais fácil conforme aumentar a energia resultante das colisões de prótons dentro do túnel circular de 27 km sob a fronteira franco-suíça.

Outros físicos do Cern dizem que o êxito até agora sugere que alguns grandes enigmas do universo podem ser ao menos parcialmente resolvidos antes do que se previa. "Um ano atrás, seria impossível para nós adivinhar que a máquina e as experiências resultariam em tanta coisa tão rapidamente", disse Fabiola Gionotti, porta-voz de outra equipe, em relatório divulgado no site do instituto. "Estamos produzindo novos resultados o tempo todo".

O LHC, cuja construção custou US$ 10 bilhões, envolve cientistas e centros de pesquisas de 34 países e entrou em operação plena em 31 de março. Dentro do túnel, prótons são submetidos a colisões a velocidades próximas à da luz, com crescente energia, simulando assim o Big Bang, explosão primordial que deu origem ao universo 13,7 bilhões de anos atrás.

No começo deste mês, os cientistas começaram a usar íons de chumbo nas colisões, criando temperaturas 1 milhão de vezes superiores à do núcleo solar. As colisões de íons, criando um amálgama apelidado de plasma de quark-gluon, oferecem aos pesquisadores uma outra maneira de observarem o que aconteceu no primeiro nanossegundo após o Big Bang, e a primeira matéria gerada após aquela violenta explosão.

Em 6 de dezembro, o LHC será fechado para manutenção e para evitar que, no auge do inverno, a máquina "sugue" a energia a ser distribuída pelas redes elétricas da França e Suíça. A máquina será religada em fevereiro, e funcionará novamente a plena potência, com prótons, até o final do ano, quando voltará a parar até 2013, enquanto os engenheiros preparam o LHC para funcionar com o dobro de energia a partir do final da década.

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