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Paternidade múltipla foi habitual nas sociedades indígenas do Amazonas

11 nov 2010 - 16h37
(atualizado em 12/11/2010 às 09h44)
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A paternidade múltipla baseada na crença de que vários homens podiam contribuir para a concepção de uma criança foi a técnica mais usada nas sociedades indígenas do Amazonas, segundo um estudo da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos.

Entre as novas espécies descobertas na Amazônia que tiveram imagens divulgadas nesta terça, pela WWF, está a <i>Phreatobius dracunculus</i>, pequena espécie cega e brilhante de bagre que vive em águas subterrâneas. A espécie foi encontrada em Rondônia
Entre as novas espécies descobertas na Amazônia que tiveram imagens divulgadas nesta terça, pela WWF, está a Phreatobius dracunculus, pequena espécie cega e brilhante de bagre que vive em águas subterrâneas. A espécie foi encontrada em Rondônia
Foto: Janice Muriel Cunha / AFP

Os autores do artigo publicado na última edição da revista norte-americana "Proceedings of the National Academy of Science", estimam que até 70% das comunidades do Amazonas usavam o princípio da paternidade múltipla.

"A concepção era vista como um processo gradual no qual se somavam contribuições de esperma de vários homens", descreveu o estudo realizado no Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia e Guianas.

Conforme a pesquisa, o modelo trazia vantagens para a mulher, por se acreditar que "pais secundários" contribuíam geneticamente, e por garantir que seus filhos teriam um pai, numa sociedade que frequentemente estava em guerra.

O estudo esclareceu que os pais "secundários" costumavam ser parentes ou amigos do companheiro oficial.

"Este costume começou há 5 mil anos e se manteve na maioria das sociedades da região até as últimas duas gerações, provavelmente ainda exista em 20 ou 30 comunidades", explicou um dos autores, o antropólogo Robert Walker à Agência Efe.

A técnica é rara dentre as antigas civilizações, com registros de casos isolados na Índia e na Papua Nova Guiné.

EFE   
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