PUBLICIDADE

Cientistas alemães acreditam ter descoberto gene da generosidade

5 nov 2010 - 10h40
(atualizado às 10h54)
Compartilhar

Grupo de pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, dirigido pelo catedrático de psicologia Martin Reuter, acredita ter descoberto o gene da generosidade, após ter feito um estudo com cem pessoas.

Água viva de águas profundas usa bioluminescência para "gritar" por socorro quando atacada. Animal foi registrado a 805 m de profundidade no leste da ilha de Izu-Oshima, no Japão
Água viva de águas profundas usa bioluminescência para "gritar" por socorro quando atacada. Animal foi registrado a 805 m de profundidade no leste da ilha de Izu-Oshima, no Japão
Foto: Divulgação

As cem pessoas, segundo Reuter revelou durante a apresentação da pesquisa nesta sexta-feira, foram convidadas a realizar uma prova de retenção de dados nas quais tinham que aprender uma série de dígitos e depois repeti-los utilizando a memória.

Após a prova, cada um dos participantes recebia cinco euros e tinha a possibilidade de doar parte dessa quantidade para um fim benéfico. "As doações eram anônimas, mas nós sabíamos quanto dinheiro havia na caixa, por isso podíamos calcular o montante da quantidade doada", explicou Reuter.

No teste de DNA os pesquisadores se concentraram no chamado COMT gene, que contém as informações para a geração de uma enzima que desativa determinadas substâncias no cérebro, entre elas a dopamina. Há 15 anos se sabe que existem duas variantes distintas do COMT gene: o COMT val e o COMT met, que estão distribuídos de forma bastante equitativa entre a população humana.

Nas pessoas com a variante val, a enzima trabalha de forma quatro vezes mais efetiva, de modo que a dopamina é inativada de forma muito mais rápida.

O estudo da universidade demonstrou que isto tem efeitos no comportamento e as pessoas que participaram do experimento e que tinham a variante COMT val doaram o dobro da quantidade doada pelas que tinham a variante met.

Esta é a primeira vez que uma pesquisa empírica mostra uma correlação entre um fator genético determinado e atitudes altruístas, apesar de estudos com gêmeos já terem demonstrado que os genes influem de alguma forma nesses tipos de comportamento.

O grupo de trabalho de Bonn concentrou sua análise no COMT gene por saber que a dopamina influi no comportamento social dos seres humanos. Junto com outras substâncias, como a vasopressina, ela tem influência, por exemplo, sobre o comportamento sexual e a disposição para criar vínculos.

EFE   
Compartilhar
Publicidade