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Astrônomos criam lente para fotografar planetas "escondidos"

18 out 2010 - 16h40
(atualizado em 25/10/2010 às 17h50)
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Astrônomos da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, criaram uma técnica para poder registrar imagens de planetas fora do Sistema Solar e que ficavam "escondidos" no brilho de sua estrela.

Coronógrafo desvia a luz de estrela de forma que planetas próximos (como Beta Pictoris b) possam ser registrados
Coronógrafo desvia a luz de estrela de forma que planetas próximos (como Beta Pictoris b) possam ser registrados
Foto: ESO / Divulgação

Até hoje, poucas são as imagens de exoplanetas, já que, geralmente, eles são descobertos por outros métodos - como, por exemplo, a variação de brilho de uma estrela causada pela passagem de um planeta em frente a ela. Contudo, os astrônomos afirmam ter criado uma lente (chamada de coronógrafo) com um padrão desenhado em sua superfície e que bloqueia a luz estelar de uma maneira muito específica, permitindo o registro do planeta.

"Basicamente, nós estamos cancelando o halo de luz estelar que em outros momentos 'afogaria' a imagem do planeta", diz Johanan Codona, astrônomo da universidade e autor da teoria que levou à criação da técnica. O padrão criado pelos pesquisadores permite a diminuição da intensidade do halo através da difração da luz e mantém intacta a imagem da estrela.

"Esta técnica abre novas portas para a descoberta planetária", diz o pesquisador Phil Hinz em comunicado. "Até agora, nós conseguíamos apenas obter imagens de planetas exteriores em um sistema solar, no alcance da órbita de Netuno e depois. Agora podemos ver planetas em órbitas muito mais próximas de sua estrela".

Em outras palavras, antes do desenvolvimento da lente, os astrônomos conseguiam registrar imagens apenas de planetas que estivessem a uma distância de sua estrela equivalente à de Netuno ao Sol (30 unidades astronômicas, ou 30 vezes a distância da Terra ao Sol), ou ainda mais longe. As demais ficavam "escondidas" no brilho da estrela.

O primeiro feito da nova lente foi o registro de Beta Pictoris b, que tem massa entre sete e 10 vezes maior que a de Júpiter e que orbita Beta Pictoris a uma distância de 7 unidades astronômicas.

Os astrônomos afirmam que a nova técnica possibilita ainda a descoberta de planetas de pequena massa, já que a grande maioria dos encontrados até hoje eram de gigantes gasosos.

A lente agora estão em implementação no Telescópio Muito Grande (VLT, na sigla em inglês), que fica no Chile e é operado Observatório Europeu do Sul (ESO, também na sigla em inglês).

Fonte: Terra
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