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Vaticano critica Nobel para pioneiro dos bebês de proveta

4 out 2010 - 15h10
(atualizado às 16h42)
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O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, monsenhor Ignacio Carrasco de Paula, criticou como "fora de lugar" a concessão do Prêmio Nobel de Medicina 2010 ao pioneiro da fecundação in vitro, o britânico Robert Edwards.

"Considero que selecionar Robert Edwards foi algo completamente fora de lugar", declarou o religioso espanhol à imprensa italiana. "Sem Edwards não existiriam congeladores em todo o mundo cheios de embriões que, no melhor dos casos, vão ser trasladados para úteros, mas que provavelmente serão abandonados ou morrerão. Desse problema é responsável o recém-premiado com o Nobel", acusou Carrasco de Paula.

O religioso, designado em junho passado para dirigir a instituição do Vaticano encarregada dos problemas de biomedicina e da defesa da vida, considera que Edwards é também responsável pelo mercado mundial de gametas femininos (óvulos). "Sem Edwards também não existiria o mercado dos óvulos, nem a venda de milhões de óvulos", acrescentou.

O Vaticano considera "moralmente ilícita" a fecundação em proveta e a eliminação voluntária de embriões que ela comporta. Carrasco de Paula reconhece, de qualquer maneira, o valor científico de Edwards, que "inaugurou um novo e importante capítulo da reprodução humana, cujos resultados são evidentes a todos", escreveu ainda.

Para o presidente da entidade pontifícia, as descobertas de Edwards suscitam "perplexidade". "Edwards inaugurou uma casa, mas abriu a porta equivocada", afirma o eclesiástico, que acredita que os tratamentos aplicados pelo Prêmio Nobel "não modificaram minimamente o quadro patológico ou epidemiológico da esterilidade".

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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