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Cientistas: superbactéria é "bomba relógio" e exige ação global

13 set 2010 - 17h01
(atualizado às 18h12)
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Uma nova "superbactéria", originária da Índia e que demonstra ser resistente a quase todos os antibióticos conhecidos, representa uma ameaça mundial, advertiram cientistas nesta segunda-feira. "Temos a necessidade urgente de, em primeiro lugar, estabelecer um sistema de vigilância internacional nos próximos meses e, em segundo lugar, examinar todos os pacientes que derem entrada a qualquer sistema de saúde" em tantos países quanto for possível, disse Patrice Nordmann, do Hospital Bicetre, da França.

"Por enquanto não sabemos quão rapidamente o fenômeno está se espalhando (...). Pode levar meses ou anos, mas o certo é que se espalhará", disse, destacando que já foram tomadas medidas na França e que outras estão em discussão no Japão, em Cingapura e na China. "É um pouco como uma bomba relógio", explicou.

Nordmann participa da 50ª Conferência Intercientífica sobre Agentes Antimicrobianos e Quimioterapia (Interscience conference on Antimicrobial Agents and Chemotherapy), que reúne 12 mil especialistas em doenças infecciosas em Boston (Massachusetts, nordeste dos Estados Unidos).

O cientista, que é chefe do departamento de bacteriologia e virologia do hospital francês, disse que a bactéria encontrará terreno fértil na população de 1,3 bilhão de pessoas da Índia. A "superbactéria", chamada NDM-1 (metalo-beta-lactamase 1 de Nova Délhi) e suas variações parecem ter se originado na Índia. Ela foi detectada pela primeira vez em 2007, na Grã-Bretanha.

A NDM-1 resiste a quase todos os tipos de antibióticos, inclusive os carbapenemas, geralmente reservados às emergências e ao tratamento de infecções multirresistentes.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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