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Bebê mamute mais velho do mundo é "macho de um ou dois meses"

29 ago 2010 - 11h21
(atualizado às 11h57)
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Khroma, um bebê mamute de mais de 50 mil anos e estrela de uma exposição em Puy-en-Velay, no centro da França, é um macho de um ou dois meses de idade, um mistério enfim revelado após a autópsia feita na noite de sábado para domingo, segundo um especialista em paleontologia.

"É um pequeno macho, muito mais jovem do que a gente pensava. Seus dentes de leite aida estavam cobertos pela gengiva e nunca foram utilizados, é muito provável que tenha entre um e dois meses", explicou à AFP o paleontólogo francês Frédéric Lacombat.

Grandes especialistas em mamutes, como Bernard Buigues, que orientou a vinda de Khroma da Rússia para a França, o americano Dan Fisher e o russo Alexei Tickanov participaram da autópsia. O procedimento começou na noite de sábado e terminou por volta das 5h30 locais deste domingo, no hospital Emile Roux em Puy-en-Velay.

"Foi uma autópsia incrível. Seus órgãos internos estavam perfeitamente conservados, seu estômago cheio de leite materno, seus músculos ainda vermelhos. Como se ele tivesse morrido anteontem!", disse Lacombat entusiasmado.

Esse primeiro exame aprofundado, que deve continuar com uma série de análises, revelou "uma ruptura da coluna vertebral e um deslocamento de bacia", confirmando a hipótese de uma morte provocada por "um grande traumatismo", sem dúvida ligado a uma queda, segundo o cientista.

O pequeno mamute, que antes foi descongelado naturalmente a fim de possibilitar a operação, sendo depois escaneado, foi devolvido após a autópsia para sua câmara de vidro refrigerada no museu Crozatier, onde está em exibição a exposição "Mamutes e Companhia".

O scanner permite uma reconstituição em 3D do animal. Já as análises que vão ser conduzidas pelos próximos meses, vão ajudar "a descobrir o que aconteceu durante os seus dois meses de vida e também durante o período pré-natal", graças ao DNA da mãe, continuou Lacombat.

O bebê mamute foi descoberto por um caçador em julho de 2009, no permafrost derretido, próximo ao Oceano Ártico, nas margens do rio Khroma, em Yakutia. Ele foi emprestado à França pela Rússia.

Cerca de 60 mil visitantes já vieram ver Khroma desde a inauguração, em junho, da exposição sobre a vida desta espécie pré-histórica extinta e que ficará em exibição até 15 de novembro.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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