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ONU proclamará no Brasil Década de Combate à Desertificação

4 ago 2010 - 18h29
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A ONU proclamará no Brasil Década sobre Desertos e de Combate à Desertificação. O objetivo é conscientizar o mundo sobre as dimensões alarmantes da desertificação em todo planeta, no intuito de que os setores público, privado e sociedade civil possam elaborar políticas de prevenção e de adaptação às mudanças climáticas nas áreas consideradas de risco. Só no Brasil, o prejuízo econômico que o fenômeno climático acarreta chega a US$ 5 bilhões por ano, o equivalente a 0,8% do PIB do país.

O anúncio servirá como parte dos esforços para conter o acelerado processo de desertificação enfrentado por mais de 100 países e para mitigar os impactos do aquecimento global em regiões áridas e semiáridas do planeta. O lançamento global da Década será conduzido pelo secretário executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), Luc Gnacadja, na presença dos ministros do Meio Ambiente do Brasil, da Suíça, do Niger, de Burkina Faso, do Senegal e de Cabo Verde, além do governador do Ceará, Cid Gomes, do coordenador da Icid 2010, Antônio Rocha Magalhães, e diversas autoridades envolvidas na agenda de combate ao fenômeno climático.

"Será uma década de discussões, debates e buscas de soluções para os problemas enfrentados por muitos países no mundo", estimou Gnacadja. A Década das Nações Unidas sobre Desertos e de Combate à Desertificação pretende ser um marco de conscientização sobre as dimensões alarmantes da desertificação em todo planeta, e de cooperação entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, e entre os setores público, privado e sociedade civil, na elaboração de políticas de prevenção e de adaptação às mudanças climáticas nas áreas consideradas de risco.

Regiões de risco
A UNCCD considera áreas com risco de desertificação as zonas áridas, semi-áridas, subúmidas, e todas as regiões com exceção das polares e das subpolares com Índice de aridez entre 0,05 e 0,65. Atualmente, 33% da superfície do planeta se encontram nessa faixa, atingindo cerca de 2,6 bilhões de pessoas.

Na África Subsaariana, de 20% a 50% das terras estão degradadas, fator que atinge mais de 200 milhões de pessoas. A degradação do solo é também severa na Ásia e América Latina, onde mais de 357 milhões de hectares são afetados pela desertificação. Como resultado desse processo perde-se a cada ano, nos 11 países da América Latina, 2,7 bilhões de toneladas da camada arável do solo, o que equivale a um prejuízo de US$ 27 bilhões por ano.

Prejuízo
Segundo um estudo sobre os custos da desertificação na América Latina, conduzido pelo representante da UNCCD na região, Heitor Matallo, mesmo considerando que a metodologia existente para a avaliação econômica deve ser aperfeiçoada, a fim de oferecer dados mais precisos, as estimativas das perdas em solos e recursos hídricos representam uma enorme perda econômica que afeta milhões de pessoas e contribui para a pobreza e a vulnerabilidade social.

No Brasil, onde mais de um milhão de quilômetros quadrados é afetado pela desertificação nos estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo, o custo das perdas de solo e de recursos hídricos chegam a US$ 5 bilhões por ano, o equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB), e afetam negativamente a vida de mais de 15 milhões de pessoas. Caso a previsão mais pessimista se confirme (de que a temperatura do planeta subirá mais de 2 graus célsius até 2100), o país poderá perder até um terço de sua economia.

Fonte: EcoDesenvolvimento
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