Nasa prepara missão que levará detector de R$ 2,6 bi à ISS
14 jul2010 - 12h00
(atualizado às 14h23)
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A Nasa - a agência espacial americana - prepara o lançamento da última missão de um ônibus espacial. Após anunciar, no início do mês, que adiaria a aposentadoria dos ônibus espaciais, a agência agora faz os ajustes para os voos programados para novembro e fevereiro que levarão cargas de peças para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).
A missão do Discovery foi transferida de setembro para 1º de novembro, conforme o novo plano aprovado pela direção da agência espacial dos Estados Unidos. O voo do Endeavour, que levará um detector de partículas de US$ 1,5 bilhão (aproximadamente R$ 2,6 bilhões), o Espectrômetro Magnético Alfa, ficou para 26 de fevereiro. Será a 134ª e última missão de um ônibus espacial.
Inicialmente, a Nasa previa aposentar essas naves no fim de 2010. Para conseguir um prazo mais folgado, o Congresso deve liberar uma verba de US$ 600 milhões, e a própria agência conseguiu reduzir em US$ 200 milhões o custo mensal do programa de ônibus espaciais. A verba resultante deve ser suficiente para manter o programa ativo até março de 2011.
O custo elevado é o principal motivo para o fim dos ônibus espaciais. O governo submeteu ao Congresso um polêmico plano para substituí-los por voos comerciais, o que liberaria a Nasa para desenvolver tecnologias necessárias para futuras missões tripuladas a asteroides, a Marte e a outros destinos do Sistema Solar.
A Nasa elegeu as dez observações "mais legais" de 1 ano da missão da sonda Orbital de Reconhecimento Lunar (LRO). Entre elas, a sonda observou o lado distante da Lua: sempre se referiu de maneira errada a essa face como "lado negro da Lua", mas ela recebe tanta luz quanto a outra face. A LRO está registrando muitos dados dessa metade, ela descobriu, por exemplo, que ela tem as maiores crateras do sistema solar
Foto: Divulgação
O lugar mais frio do sistema solar: o local fica no fundo da cratera Hermite, onde a temperatura chega a -248°C. Para se ter uma ideia, os cientistas estimam que a superfície do ex-planeta Plutão chegue a -184°C. Outros locais extremamente frios foram encontrados no fundo de crateras no polo sul do satélite natural
Foto: Divulgação
Os primeiros passos de astronautas: em 1969, os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin entraram para a história ao dar os primeiros passos na Lua. Eles passaram cerca de duas horas e meia para tiras fotografias e realizar alguns experimentos científicos. A sonda da Nasa conseguiu registrar imagens do local do pouso da Apollo 11, inclusive de parte do módulo que ficou na Lua, rastros deixados pelos astronautas e outros equipamentos deixados para trás
Foto: Divulgação
As marcas da Apollo 14: a Apollo 14 tinha como uma das missões coletar amostras da borda da cratera Cone. Contudo, após 1,4 km de caminhada, o controle da missão notou que Alan Shepard e Edgar Mitchell estavam com batimentos cardíacos muito acelerados devido ao desgaste. Além disso, a agenda apertada da missão fez com que a Nasa determinasse que os astronautas retornassem, desistindo da empreitada. A LRO achou os rastros dos astronautas e descobriu que eles pararam a apenas 30 m da cratera
Foto: Divulgação
Sonda russa perdida: a sonda Lunokhod 1 percorreu cerca de 10 km da superfície lunar em 1970. Cerca de 10 meses depois, em 1971, os cientistas da Rússia perderam contato com a sonda. Aproximadamente 40 anos depois, em março deste ano, a LRO achou a sonda. Testes com laser confirmaram que era o equipamento russo e que seus espelhos refletores ainda funcionavam perfeitamente, com cinco vezes mais precisão que os do Lunokhod 2, que foram utilizados por anos por cientistas durante experimentos
Foto: Divulgação
Contagem de crateras e pedras: segundo a Nasa, a grande resolução da câmera do LRO permite o registro de detalhes nunca vistos, principalmente de crateras e pedras lunares, algumas com apenas alguns metros de diâmetro. Os cientistas estudaram os tamanhos, formas e distribuição para comparar as regiões da Lua e também com lugares como a Terra e Marte. Os astrônomos afirmam que esse tipo de estudo ajuda a entender a história natural do sistema solar
Foto: Divulgação
Montanhas: enquanto na Terra as montanhas levam milhões de anos para serem formadas - através de uma lento e gradual processo de colisão de placas tectônicas -, na lua mesmo o mais alto monte se forma em minutos. A diferença é que no nosso satélite natural a geografia é mais afetada por asteroides e cometas que se chocam contra a superfície. Durante testes de câmera no ano passado, a LRO pôde registrar a superfície lunar por outro ângulo, mostrando o terreno montanhoso do satélite atural
Foto: Divulgação
"Riachos": são longas e estreitas depressões na superfície lunar que se assemelham, no seu formato, aos rios na Terra. Algumas são retas, outras são curvas e até sinuosas. Eles são visíveis às imagens de radar, que também podem ser registradas pela LRO. Os cientistas ainda tentam entender como essas estruturas se formaram no nosso satélite natural. Uma das hipóteses é de que eles tenham se formado por rios de magma
Foto: Divulgação
Fossos lunares: a LRO está registrando as mais detalhadas imagens de pelo menos dois fossos lunares - gigantescos buracos na superfície lunar. As observações levaram a Nasa a acreditar que esses buracos foram criados pela ação de tubos de magma, possivelmente aliados ao impacto de um meteorito. Segundo a Nasa, um dos fossos, o Marius Hills, tem 65 m de diâmetro e profundidade estimada entre 80 e 88 m, o suficiente para engolir a Casa Branca completamente
Foto: Divulgação
Áreas constantemente iluminadas pelo Sol: um dos principais objetivos da LRO é pesquisar a iluminação solar na Lua, que tanto fornece calor como é uma fonte de energia. Com os registros da sonda, os astrônomos conseguiram criar um mapa detalhado da iluminação, descobrindo que algumas áreas que chegam a ficar 243 dias recebendo luz do Sol e nunca tem um período de total escuridão maior que 24 horas