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África: estudo mostra ligação entre mineração e tuberculose

6 jul 2010 - 10h36
(atualizado às 10h40)
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Minas empoeiradas, péssimas condições de trabalho e albergues lotados onde até 16 trabalhadores dividem um quarto - tudo isso conspira para tornar a mineração um dos fatores que mais contribuem para a tuberculose na África, mais do que se pensava, segundo um novo estudo.

Os índices da doença dobraram na África ao longo das últimas duas décadas e triplicaram na África do Sul, que, mesmo em 1996, tinha os maiores índices de tuberculose do mundo. Até agora, supõe-se que os aumentos foram causados pelos altos índices de infecção por Aids na África, o que enfraquece o sistema imunológico, ajudando a ativar a tuberculose latente.

Porém, pesquisadores das Universidades de Oxford e Brown, da Faculdade de Higiene e Medicina Tropical de Londres, e da Universidade da Califórnia, em São Francisco, compararam 44 países africanos e descobriram que até mesmo alguns com índices baixos de infecção por HIV tinham altos índices de tuberculosa. Quando uma mina é desativada num país, a tuberculose geralmente diminui. O estudo foi publicado no The American Journal of Public Health.

O artigo nota que muitos trabalhadores são migrantes que podem ir para casa apenas uma ou duas vezes por ano. Eles não só podem infectar suas mulheres e filhos, descobriram os autores, mas param de ir aos médicos da mina, que estão familiarizados com a tuberculose, e podem interromper os antibióticos, aumentando as chances de desenvolver uma variação da doença resistente a drogas.

O ouro parece ser o elemento mais perigoso, pois os trabalhadores que atuam nas minas profundas e quentes inalam mais poeira.

The New York Times
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