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Estudo vincula remédio contra pressão alta ao risco de câncer

Remédio contra pressão alta a câncer

23 jun 2010 - 09h40
(atualizado às 09h41)
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Um tipo de medicamento contra a pressão alta usado por milhões de pacientes foi vinculado a uma alta pequena mas significativa na incidência de certos cânceres, especialmente o de pulmão.

Em uma análise de cinco estudos anteriores, envolvendo cerca de 60 mil pacientes, pesquisadores constataram uma elevação de 11% na incidência geral de câncer, e de 25% na incidência de câncer de pulmão, entre os participantes que usavam esses medicamentos, conhecidos como bloqueadores de recepção de angiotensina.

Isso se traduz em um caso adicional de câncer para cada 105 pacientes que usem esse tipo de medicamento por pelo menos quatro anos, de acordo com a análise, publicada na semana passada pela edição online da revista médica Lancet Oncology.

Os remédios são usados para o tratamento de hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e doenças renais relacionadas ao diabetes. A maior parte dos dados empregados para o trabalho de análise foram extraídos de estudos sobre o telmisartan, comercializado sob a marca Micardis e outras.

Executivos da Boehringer Ingelheim, a companhia farmacêutica fabricante do Micardis, contestaram as conclusões do estudo, em um comunicado no qual afirmam que "os abrangentes dados internos de segurança da empresa contradizem as conclusões sobre um risco ampliado de potenciais malignidades".

Os bloqueadores de recepção de angiotensina podem ser substituídos por outros remédios de controle da pressão arterial, disseram os autores do estudo, mas alertaram que os pacientes não deveriam tomar quaisquer providências antes de consultar seus médicos.

"Esses medicamentos têm efeitos positivos em termos de controle da pressão arterial e da insuficiência cardíaca", disse o Dr. Ilke Sipahi, cardiologista no University Hospitals Case Medical Center, em Cleveland. "Os pacientes que estão usando esse tipo de medicamento no momento não deveriam deixar de usá-los sem recomendação médica".

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times
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