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Robert Boyle, o homem que se antecipou aos avanços científicos

6 jun 2010 - 06h01
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Avanços científicos como os submarinos, os aviões, a luz elétrica, a modificação genética e os transplantes de órgãos foram previstos há mais de três séculos pelo químico britânico Robert Boyle, quando eram apenas previsões impossíveis de conceber como factíveis naquele momento.

Boyle escreveu em 1660 uma "lista de desejos" na qual refletiu sobre 24 grandes avanços para a humanidade que ocorreriam no futuro.

Nessa lista que agora estará à disposição do público pela primeira vez na história a partir da próxima segunda-feira na Royal Society de Londres, em uma exposição que lembra o 350º aniversário da instituição que teve como membros honoráveis personalidades como Charles Darwin e Isaac Newton.

O extraordinário das revelações de Boyle é que as mesmas foram feitas em uma época dominada pela magia e as superstições religiosas. Contrariando a tudo e a todos, naquele período filósofos, advogados, médicos e escritores se propuseram a buscar explicações científicas para o que ocorria no mundo.

No topo da lista de Boyle estava o "prolongamento da vida", ou seja, os avanços médicos que estenderam a expectativa de vida, seguida da "recuperação da juventude", o que se tornou possível por meio da cirurgia plástica, do botox, dos dentes postiços, dos cremes antirrugas e das pinturas para o cabelo.

Este químico também predisse a possibilidade do homem se "igualar aos peixes" - conquista alcançada graças às equipes que desenvolveram os submarinos -, navios que pudessem navegar contra o vento e os telescópios ("óculos parabólicos"), como os chamou.

Em sua lista, somente três "desejos" ficaram pendentes: a cura de ferimentos à distância como fazem os personagens de "Jornada nas Estrelas"; a transmutação de todos os metais, algo que é possível somente com alguns, mas não com todos, como o ouro; e a invenção de um dissolvente universal.

Jonatham Ashmore, membro da Royal Society, assinalou que alguns de seus prognósticos, como a cura de doenças por transplante, os calmantes para a dor e os soníferos são os pilares da medicina contemporânea.

"Esse documento assombroso nos abre uma janela ao entendimento de uma das mentes mais extraordinárias do século XVII", destacou.

Boyle, conhecido pela famosa Lei de Boyle sobre o comportamento dos gases e batizado por isso como "o pai da química", pertence à geração de filósofos naturalistas anteriores a Christopher Wren e Robert Hooke, que buscaram explicações aos fenômenos da natureza através da experiência.

Além da "lista de desejos" de Boyle, a exposição da Royal Society inclui outro fascinante documento: o manuscrito original de Isaac Newton "Princípios matemáticos da história natural" (1685), no qual extraiu as fórmulas matemáticas que dominam as leis do universo e no qual se podem ver anotações, rabiscos e desenhos do próprio autor.

Outros documentos que representam um marco na história da ciência e que serão exibidos em Londres são um exemplar de "A Origem das Espécies" de Charles Darwin, germe da teoria da evolução, e o primeiro tratado científico publicado por Royal Society, no qual recopilaram os conhecimentos obtidos pela instituição nos três primeiros anos desde sua fundação em 1660.

Será possível também contemplar um telescópio desenhado pelo próprio Newton em 1671 - uma segunda versão melhorada do instrumento fabricado por ele 1668 -, a bomba de ar com a qual Boyle estudou o comportamento dos gases e o certificado da incorporação de Darwin como membro da instituição em 1839.

EFE   
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