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Peixe-espinho pratica o canibalismo com ninhada de rivais

30 abr 2010 - 09h43
(atualizado às 10h21)
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É um fato da vida no mundo animal que certos peixes (bem como pássaros, mamíferos, répteis, crustáceos - pode escolher) devoram seus filhotes. O peixe-espinho, espécie marinha encontrada em boa parte do planeta, é um desses canibais familiares. Os machos, que tomam conta das ovas, são conhecidos por devorar ninhadas inteiras, ou parte delas. Mas em determinadas ocasiões, eles podem ter motivo para isso, porque os peixes-espinho são conhecidos como praticantes de fertilização "clandestina", ou seja, há casos em que outro peixe seria o pai de algumas das ovas.

O peixe-espinho é uma espécie marinha encontrada em boa parte do planeta
O peixe-espinho é uma espécie marinha encontrada em boa parte do planeta
Foto: The New York Times

Um estudo conduzido por Marion Mehlis, da Universidade de Bonn, Alemanha, e seus colegas considerou a questão da possível avaliação de paternidade de uma ninhada, por um peixe-espinho macho, antes de decidir se devorará ou não as ovas de que está cuidando.

Em relatório publicado pela revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, os pesquisadores respondem afirmativamente. Além disso, constataram, os peixes costumam tomar decisões orientadas por um processo submetido a sintonia fina.

Os pesquisadores manipularam as ninhadas de ovas sobre as quais determinados espécimes machos exerciam guarda, substituindo até 100% das ovas que aquele macho específico fertilizou por ovas nas quais a fertilização se devia a outro macho. E constataram que, quanto maior a proporção de ovas "alienígenas", mais provável que o macho devorasse a ninhada. Os pesquisadores sugeriram que o peixe provavelmente baseia sua decisão no odor emitido pelas ovas em desenvolvimento, à medida que os genes paternos começam a influenciar o processo.

O canibalismo de ninhadas com elevada proporção de ovas estranhas faz sentido para o espécime individual, porque evita que ele invista energia demais protegendo descendentes que portam os genes de outro peixe, e porque, ao devorar as ninhadas, acumula energia para criar futuras ninhadas de ovas fertilizadas por ele.

The New York Times
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