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Experimentos com porcos decifram mistério da fibrose cística

28 abr 2010 - 16h23
(atualizado às 19h04)
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Estudos realizados com porcos nos Estados Unidos confirmaram que uma infecção precede à inflamação pulmonar no caso da fibrose cística, um passo importante nos esforços para decifrar as causas desta doença.

Segundo o estudo dos pesquisadores das Universidades de Iowa e do Missouri publicado nesta quarta na revista Science Translational Medicine, isso poderia ajudar a melhorar os tratamentos para a doença causadora da fibrose.

Em seu relatório, os pesquisadores indicam que, sobretudo, as pesquisas ajudaram a determinar que a infecção precede à inflamação pulmonar, algo que até agora era um mistério no desenvolvimento do mal.

"A importância desta descoberta é que ela poderia ajudar a estabelecer que tipos de tratamento podemos usar", disse David Stoltz, professor de medicina interna da Universidade de Iowa e autor principal do estudo.

"Saber que primeiro ocorre a infecção significa que se podemos prevenir e combater a infecção então podemos atrasar ou impedir a doença pulmonar em pessoas com fibrose cística", acrescentou.

Para a pesquisa, os cientistas utilizaram porcos com uma mutação genética que causou a fibrose a fim de reproduzir a forma como ocorre a doença pulmonar nos seres humanos.

Nos seis primeiros meses de vida dos animais os cientistas constataram que eles desenvolviam a doença da forma como é típica nos seres humanos, incluindo infecção nos pulmões, inflamação e acumulação de muco nas vias respiratórias.

"Este é um grande exemplo no qual os porcos servem como modelo do que ocorre nos seres humanos. E os animais até reagem da mesma forma", disse Randall Prather, professor de medicina reprodutiva da Universidade do Missouri.

Pelo contrário, "quando se usam ratos, os roedores não desenvolvem a doença pulmonar que é comum em pacientes com fibrose cística", acrescentou. "Nosso modelo ajuda a compreender os mecanismos da doença pulmonar em pessoas com fibrose cística", assinalou Stoltz.

"Também nos proporciona uma oportunidade única de pôr a toda prova (em porcos) tratamentos diferentes a partir dos primeiros períodos da doença...muito antes que em seres humanos", acrescentou.

EFE   
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