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Ilha é berço de inseto mais comprido e mais 122 novas espécies

22 abr 2010 - 11h03
(atualizado às 12h01)
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Uma rã sem pulmão e o inseto mais comprido do mundo fazem parte das 123 novas espécies descobertas durante os últimos três anos nas florestas tropicais da ilha de Bornéu, no sudeste da Ásia, anunciou nesta quinta-feira o Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Inseto mais comprido do mundo está entre espécies descobertas em Bornéu nos últimos três anos
Inseto mais comprido do mundo está entre espécies descobertas em Bornéu nos últimos três anos
Foto: AFP

A descoberta foi feita em uma zona de 220 mil km2 de floreta frondosa, conhecida como o "Coração de Bornéu" e protegida desde 2007 pela Malásia, Indonésia e o sultanato de Brunei, os três países que compartilham a ilha de Bornéu, diz o WWF em um relatório.

"Descobrimos três novas espécies por mês em média, 123 ao longo dos últimos três anos e pelo menos 600 há quinze anos", comemorou Adam Tomasek, chefe do programa Coração de Bornéu do WWF.

"As novas descobertas demonstram a riqueza da biodiversidade em Bornéu e permitem esperar novos achados, alguns dos quais poderão contribuir para curar enfermidades como o câncer ou a Aids", afirma.

O "Coração de Bornéu" abriga 10 espécies de primatas, mais de 350 pássaros, 150 répteis e anfíbios, assim como 10 mil plantas que não são encontradas em nenhuma outr parte do mundo.

Entre as novas espécies achadas em 2008, figura uma rã de 7 cm e cabeça plana, a Barbourula kalimantanensis, que respira através da pele, já que não possui pulmões.

No mesmo ano, os pesquisadores descobriram descobriram o Phobaeticus chani, considerado o inseto mais cumprido do mundo, com quase 36 cm (sem as antenas). Só foram achados três espécimes dessa espécie.

Entre os animais mais insólitos figura também uma lesma encontrada no monte Kinabalu que lança "dardos de amor" para seu companheiro para injetar nele hormônios com os quais aumenta sua capacidade de reprodução.

Os cientistas querem que os três países envolvidos em Bornéu garantam a proteção da biodiversidade da ilha.

"Sabemos que é impossível para os três governos não desenvolver atividades mineradoras, floretais ou plantações", diz Tomasek. "Mas pedimos que se estabeleça um equilíbrio entre a preservação e um desenvolvimento sustentável para proteger esta zona única para as gerações futuras".

A Indonésia e a Malásia são os dois principais produtores de óleo de palma (azeite de dendê), com 85% da produção mundial. Alguns organizações ecologistas acusam esta exploração de ser uma das principais causas do desmatamento, principalmente em Bornéu.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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