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Cientistas cariocas também participam de experiência do LHC

1 abr 2010 - 13h50
(atualizado às 13h53)
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Mesmo a milhares de quilômetros do Grande Colisor de Hádrons (LHC) - o super acelerador de partículas que reproduziu terça-feira, na Europa, condições semelhantes às do Big Bang, explosão que criou o universo -, cientistas cariocas podem ajudar em algumas das descobertas mais importantes da física. Entre elas, até a comprovação da existência da chamada "Partícula de Deus", que teria dado origem a galáxias, planetas e tudo o que existe.

Equipe de seis professores e dez alunos do Departamento de Física Nuclear e Altas Energias da Uerj farão plantão nos próximos meses de madrugada, de olho em monitores com imagens enviadas direto do LHC. A missão é monitorar o funcionamento dele, especificamente da parte da supermáquina identificada pela sigla CMS.

É justamente neste ponto da imensa estrutura que pode ser identificado o Bóson de Higgs - ou "Partícula de Deus". "Vamos ajudar, em plantões de madrugada, a controlar a qualidade e o funcionamento dos muitos detectores do CMS. Se algum deles não estiver funcionando corretamente, por exemplo, avisaremos quem está lá no LHC", explica o chefe do departamento da Uerj, Luiz Mundim.

Missão difícil

"A identificação do bóson é muito difícil para um cientista individualmente, porque se acredita que é preciso observar muitas colisões para se perceber a presença dele", explica Luiz Mundim.

A colaboração do Brasil é importante. Para se ter uma ideia da grandiosidade do experimento e do trabalho que ele dará a cientistas do mundo inteiro, só o CMS, que conta com a atenção de 3,6 mil cientistas ao redor da Terra, detectou em três horas e meia, na última terça-feira, 600 mil colisões. Isto porque os detectores só registram as colisões que julgam mais importantes.

Novos experimentos continuarão gerando dados nos próximos 15 anos, período durante o qual os cientistas vão produzir relatórios preliminares. Para quem acha pouco, o LHC vai produzir, nesse período, 15 petabytes de dados por ano - cada um deles equivale a mil terabytes, cuja unidade, por sua vez, tem mil gigabytes (medida usada atualmente para medir o tamanho de HDs de computadores domésticos).

Túnel gigante

O Grande Colisor de Hádrons (LHC) é gigantesco: seus 27 km de circunferência estão localizados 100 m abaixo da terra, na fronteira entre a França e a Suíça. Um dos objetivos da construção de toda esta estrutura é comprovar a existência do Bóson de Higgs. A partícula, que carrega energia, é descrita por alguns físicos como a "cola" que permite a outras partículas agregarem massa, conforme interagem com ela, e, portanto, formar tudo o que existe. Se o bóson não for encontrado, a ciência terá que provar a existência de várias outras partículas para entender o universo.

Fonte: O Dia
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