Sapos usam patas traseiras para absorver impacto dos saltos
Sapos usam patas traseiras para absorver impacto dos saltos
Cerca de 40 anos atrás, os pesquisadores descobriram que, quando os seres humanos saltam, ativam os músculos de seus tornozelos antes de descer, o que serve como proteção contra a força do impacto.
Além disso, a intensidade com que o músculo é tensionado depende da extensão do salto - quanto maior, mais atividade elétrica nos músculos - e a ativação acontece a distância fixa da queda, não importa qual tenha sido a dimensão do salto.
O mesmo fenômeno foi identificado em alguns outros mamíferos. Mas toda uma parte do reino animal - os sapos e rãs- salta o tempo todo. Como o processo funciona para eles?
Gary Gillis, professor do Mount Hollyoke College, e diversos de seus alunos decidiram responder a essa pergunta. Optaram pelo sapo cururu, Bufo marinus (que, aliás, na Austrália se tornou uma espécie invasiva e faz as pessoas pularem de raiva).
"Os sapos são excelentes nos pousos", disse Gillis. Usam suas patas dianteiras para absorver a maior parte o impacto, e por isso ele e seus alunos mediram a atividade muscular em dois dos músculos da pata dianteira.
Eles reportaram em artigo para a revista Biology Letters que os músculos do sapo apresentam a mesma espécie de padrão de ativação: quanto mais longo o salto, maior a intensidade. E um dos músculos sempre se ativa 90 milissegundos antes do pouso, mesmo que isso implique em ativação pré-salto.
Gillis disse que deve existir um mecanismo de retroalimentação sensorial para que os animais possam saber "qual será a dificuldade da aterrissagem". Ele afirmou que novos estudos seriam concebidos para tentar descobrir qual poderia ser o mecanismo envolvido.
Tradução: Paulo Migliacci ME