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Galáxias viveram período de colisões há 6 bilhões de anos

4 fev 2010 - 17h08
(atualizado às 18h33)
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As galáxias viveram um período de turbulência há seis bilhões de anos, com numerosas colisões dando nascimento a outras, de formas estranhas, segundo estudo publicado nesta quinta-feira.

Assim como nossa Via Láctea, cerca de três quartos das galáxias são de forma espiral
Assim como nossa Via Láctea, cerca de três quartos das galáxias são de forma espiral
Foto: Getty Images

Com dados do telescópio espacial Hubble, François Hammer (Observatório de Paris) e sua equipe compararam a forma de 116 galáxias de nosso universo próximo, com a de 148 outras mais afastadas, cuja luz leva bilhões de anos para chegar até nós.

Assim como nossa Via Láctea, cerca de três quartos das galáxias são de forma espiral, com outras ditas "elípticas" e apenas 10% possuem uma forma estranha.

Há bilhões de anos, mais da metade das galáxias possuíam uma forma estranha, escapando a classificações habituais, devido a colisões. "Hoje estamos num universo no qual os objetos estão em equilíbrio, a gravidade explica bem todos os movimentos, conseguimos descrevê-los bem", graças a uma classificação proposta em 1926 pelo astrônomo Edwin Hubble, explica François Hammer.

No passado, as galáxias "tinham formas absolutamente caóticas", anormais, porque "o que se via eram objetos em colisão", precisou. Após o violento encontro entre estes gigantes do cosmo, foram necessários "dois a três bilhões de anos" para que a nova galáxia resultante de sua fusão encontrasse uma forma de equilíbrio.

"Anteriormente, acreditava-se que esta época de fortes colisões entre galáxias havia acontecido bem antes", isto é, há mais de 8 bilhões de anos, sublinha o astrônomo.

Os resultados publicados por sua equipe na revista científica Astronomy and Astrophysics estão, diz ele, em concordância com um cenário "hierárquico" da formação do universo.

Segundo este cenário, "começa-se por objetos menores, talvez até de galáxias e, na medida em que se reencontram, formam as maiores", resume Hammer. Às galáxias caóticas do passado sucedem-se as grandes galáxias espirais, como a Via Láctea.

Nossa galáxia é um "caso muito particular", precisa ele, porque a última colisão que diz respeito a ela remontaria a dez ou onze bilhões de anos, enquanto que nossa vizinha Andrômeda guarda traços de numerosas colisões num passado mais recente. Andrômeda, que se aproxima da Via Láctea a uma velocidade de 120 km/s, deverá entrar em rota de colisão em cerca de 4 bilhões de anos.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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