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Oriente Médio

Países árabes podem sabotar negociações de mudança climática

8 out 2009 - 05h22
(atualizado às 07h57)
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Os países árabes, com a Arábia Saudita à frente, pretendem sabotar as negociações sobre mudança climática para proteger sua produção petrolífera, de acordo com as denúncias de duas ONGs nesta quinta-feira.

"Os países árabes sempre se opuseram ao Protocolo de Kioto, a diferença agora é que sua tarefa de obstrução se produz desde dentro das negociações, no G-77 mais China", afirmou em entrevista coletiva o diretor da IndiACT, Wael Hmaidan. A IndiACT, com sede no Líbano, e a alemã German Watch apresentaram em Bangcoc um relatório que analisa a posição sobre o aquecimento global dos 22 governos de nações árabes, onde estão nações com fortes economias baseadas nos petrodólares e países pobres com uma escassez extrema de água.

"O principal fator comum na região é que a mudança climática afetará severamente a vida de suas comunidades", segundo o estudo. Hmaidan assinalou que a posição árabe está mais interessada em proteger a produção petrolífera que em salvar ao planeta dos efeitos adversos do aquecimento global.

"A Arábia Saudita utilizou sua ascendência política e a indiferença dos outros governos para dominar a voz árabe", explicou. Nas últimas duas semanas, os países árabes foram os únicos que se opuseram a celebrar uma reunião informal em novembro sobre mudança climática, além da projetada em Barcelona. Os países também rejeitam níveis concretos de redução de gases do efeito estufa.

Hmaidan sustentou que a Arábia Saudita, "o único país que se alegrou com a saída dos EUA do Protocolo de Kioto em 2001", pretende exigir diferentes compensações para reduzir a produção de petróleo a fim de atrasar as negociações.

Desde 2006, a German Watch vem apresentando anualmente um índice de atuação contra a mudança climática e Arábia Saudita sempre foi o pior colocado, pelo nível de suas emissões e pela falta de políticas para reduzi-las, explicou o delegado da ONG alemã, Christoph Bals.

"A falta de ambição dos países desenvolvidos é a principal razão pela que não há progressos nas negociações, no entanto, é essencial que os países em desenvolvimento como a Arábia Saudita aumentem seus objetivos", acrescentou Bals. Nesta sexta, termina a reunião de mudança climática da ONU em Bangcoc, onde 2 mil delegados de 179 países preparam a agenda para decidir na Conferência de Copenhague as políticas ambientais após o Protocolo de Kioto, que expira em 2012.

EFE   
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