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Fibras-óticas garantem Nobel de Física a chinês e americanos

6 out 2009 - 07h06
(atualizado às 10h59)
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Um pioneiro das fibras óticas e dois cientistas que descobriram como transformar a luz em sinais eletrônicos - o que abriu caminho para a era da Internet - ganharam na terça-feira o Prêmio Nobel de Física de 2009. Charles Kao, cientista anglo-americano nascido em Xangai, receberá metade do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (1,4 milhão de dólares) por sua pesquisa que mostrou como a luz poderia ser transmitida a longas distâncias por meio de fibras óticas de vidro.

O canadense-americano Willard Boyle e o norte-americano George Smith dividirão a outra metade, por inventarem a primeira tecnologia bem-sucedida de formação de imagens usando um sensor digital.

"O Prêmio Nobel em Física deste ano é concedido a dois feitos científicos que ajudaram a moldar os fundamentos das sociedades em rede de hoje em dia", disse o comitê do Nobel em nota. "Eles criaram muitas inovações práticas para a vida cotidiana e forneceram novas ferramentas para a exploração científica."

Boyle, tirado da cama para participar de uma entrevista coletiva por telefone na sede do Nobel em Estocolmo, disse que ainda não havia entendido muito bem o fato de ter ganhado o prêmio.

"Ainda não tomei minha xícara de café da manhã, então ainda estou me sentindo um pouco fora disso. Mas tenho essa adorável sensação em todo o meu corpo, tipo, 'uau, isso é realmente excitante, mas é real?'", afirmou.

Cominicação Ultrapura
O trabalho de Kao sobre fibras óticas, de 1966, lançou as bases para a produção da primeira fibra "ultrapura", apenas quatro anos depois, o que por sua vez permite a era da informação em que vivemos hoje. "Essas fibras de vidro com baixo brilho facilitam a comunicação global em banda larga, como a Internet", disse a comissão. "Texto, música, imagens e vídeo podem ser transferidos pelo globo em uma fração de segundo."

Grande parte desse tráfego se compõe de imagens, que é onde Boyle e Smith entram. Em 1969, eles inventaram o primeiro dispositivo bem sucedido de formação de imagens com base em sensores digitais. "Isso revolucionou a fotografia, já que a luz pode ser capturada eletronicamente em vez de sobre um filme", disse o comitê.

O trabalho de Boyle e Smith, que trabalhavam para os Laboratórios Bell, dos EUA, antes de se aposentarem, há mais de 20 anos, levou a um progresso em áreas tão diversas quanto a microcirurgia e a exploração espacial. "Quando a sonda Mars estava sobre a superfície de Marte e usou uma câmera como a nossa - isso não teria sido possível sem a nossa invenção", disse Boyle.

Mas a invenção também teve outras repercussões, algumas consideradas menos positivas por pessoas preocupadas com a privacidade. "Somos nós que começamos esta profusão de camerinhas funcionando no mundo todo", acrescentou Boyle.

Os Prêmios Nobel, instituídos em 1895 no testamento do inventor e milionário sueco Alfredo Nobel, são entregues desde 1901 para grandes feitos nos campos das ciências, da paz e da literatura. O Banco Central da Suécia concede também um Nobel de Economia.

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