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Australiano paralisado volta a andar após aplicação de Botox

5 jun 2009 - 08h15
(atualizado às 10h02)
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Um australiano que estava paralisado havia mais de duas décadas após ter sofrido um derrame conseguiu voltar a andar graças a um tratamento com injeções de Botox. Russel McPhee, que tinha apenas 26 anos quando sofreu um derrame e ficou confinado a uma cadeira de rodas, diz conseguir andar até cem metros sem a ajuda de andadores.

Russell McPhee com fisioterapeuta, Valentina Maric
Russell McPhee com fisioterapeuta, Valentina Maric
Foto: St John of God Nepean Rehabilitation Hospital / BBC Brasil

O Botox, nome comercial da toxina botulínica, tem o efeito de relaxar a musculatura, e é normalmente associado ao tratamento estético, para a eliminação de rugas de expressão. Mas o uso da toxina botulínica já é aprovado há vários anos para o tratamento de espasmos que impedem o movimento normal de membros em vítimas de derrames e fraturas da medula espinhal ou de pacientes de esclerose múltipla.

Surpresa

O caso de McPhee surpreendeu os médicos, porém, já que normalmente o tratamento com injeção de Botox apresenta melhores resultados quando iniciado pouco após o aparecimento do problema.

Segundo o médico Nathan Johns, que tratou McPhee no centro de reabilitação St. John of God Nepean, a aplicação do Botox em pacientes de derrame normalmente ajuda a reduzir a rigidez dos membros, mas por outro lado enfraqueceria também o músculo, tornando difícil a recuperação dos movimentos.

Além disso, quanto mais tempo a pessoa fica paralisada, mais fracos estariam seus músculos. No caso de McPhee, porém, teria ajudado o fato de ele ter tentado, ao longo dos anos, se movimentar sozinho. Apesar de nunca ter conseguido ficar mais do que poucos segundos de pé, isso teria ajudado a manter os músculos das pernas forte, ajudando no resultado do tratamento com o Botox.

Segundo Lisa Norman, diretora do St John of God Nepean, o centro vem usando a toxina botulínica nesse tipo de tratamento há cinco anos, "com variados graus de sucesso".

"Mas o que torna o caso de Russell tão único é que sua melhora foi tão dramática. Ele estabeleceu para si um objetivo de voltar a andar e estava determinado a fazer isso acontecer", disse.

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