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Criadas peles artificiais com crustáceos e células-tronco

15 abr 2009 - 19h03
(atualizado às 19h24)
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Cientistas chilenos de diferentes universidades desenvolveram, separadamente, técnicas inovadoras de regeneração para peles danificadas, a partir de crustáceos e células-tronco, visando ao tratamento de queimaduras e cicatrizes, informou nesta quarta-feira a imprensa local.

Químicos da Universidade de Concepción encontraram nas carapaças de crustáceos uma substância chamada quitina que, após ser derivada em quitosana e receber aditivos plastificantes, se transforma em um perfeito substituto da pele humana. "É usada (...) como um suporte de crescimento, que restaura a mesma pele da pessoa sem deixar marcas, ao contrário de alguns remendos", explicou ao jornal La Nación o pesquisador Galo Cárdenas, responsável pelo projeto.

Uma de seus principais contribuições é sua compatibilidade com o organismo humano, já que se trata de um biopolímero de origem natural que garante que não haja rejeição e se complementa por sua ação bactericida. Além disso, esta pele artificial é elástica, transparente e biodegradável, desaparecendo à medida que a camada se alisa, evitando as dolorosas curas.

A invenção, que já foi testada em cerca de 50 pacientes, pode chegar às farmácias nos próximos dois meses por US$ 35, cada 10cm². Paralelamente, cientistas da Universidade de Valparaíso, Playa Ancha e Federico Santa María, seguem trabalhando para gerar pele a partir de células-tronco adultas extraídas do próprio paciente.

Esta metodologia promete uma recuperação intensa com menor rejeição por parte do paciente, por se tratar de células procedentes da mesma pessoa. Segundo Manuel Young, diretor do Centro de Biotecnologia da Universidade Federico Santa María, as células, chamadas mesenquimáticas, são capazes de formar novos tecidos e permitem uma regeneração da pele mais saudável e com menos cicatrizes.

Young explicou ao jornal La Tercera que estas células, presentes na maioria dos tecidos do corpo, reproduzem-se de forma mais rápida, por isso podem se incorporar ao implante em três dias. Os tratamentos para queimaduras que destroem as camadas inferiores da pele são custosos e costumam surtir efeito muito tarde.

Por isso, estes avanços podem representar uma grande oportunidade para aqueles que perderam partes de suas peles e correm o risco de carregar cicatrizes para toda a vida.

EFE   
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