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Células-tronco podem curar a surdez, diz pesquisa

2 abr 2009 - 08h34
(atualizado às 08h36)
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As células-tronco podem ajudar pessoas surdas a recuperar a audição, segundo uma pesquisa britânica ainda em estágio inicial. Uma equipe da Universidade de Sheffield anunciou nesta quinta-feira a descoberta de como fazer as células-tronco se comportarem como células sensoriais ciliadas, ou neurônios auditivos, que poderiam então ser cirurgicamente implantadas no ouvido para restaurar a audição perdida.

O pesquisador Marcelo Rivolta disse que essa abordagem, que está sendo testada em animais, tem um potencial significativo, mas ainda falta muito para ser oferecido a pacientes. "Vai levar vários anos antes que estejamos em condição de começar a fazer testes em humanos" disse ele por telefone.

As células que captam os sons só podem ser criadas no ventre, o que significa que não há como restaurá-las quando danificadas, o que resulta em perda permanente da audição. Mas essa situação pode ser dramaticamente alterada pelo uso das células-tronco - 'manuais de instrução' capazes de dar origem a qualquer tecido ou órgão do corpo - para gerar esse tipo de célula em laboratório.

A pesquisa segue os passos de um outro grupo britânico que, num trabalho mais avançado no campo oftalmológico, pretende realizar em 2010 ou 2011 os primeiros testes clínicos com células-tronco para o tratamento da degeneração macular, uma causa freqüente da cegueira em idosos.

Os médicos esperam no futuro usar as células-tronco para tratar diversas doenças, como o mal de Parkinson, a diabete e o câncer. Mas abordagens localizadas para os olhos e ouvidos podem ser um primeiro passo promissor, já que há menos células envolvidas.

Rivolta e seus colegas usaram células-tronco fetais, embora também estejam investigando o potencial de células-tronco embrionárias e adultas. Estudos em laboratório mostram que as novas células derivadas do tecido fetal se comportaram e funcionaram como as células normais em ouvidos em desenvolvimento.

"Esta pesquisa é incrivelmente promissora e abre possibilidades excitantes ao nos deixar mais próximos de restaurar a audição no futuro" afirmou Ralph Holme, diretor de pesquisas biomédicas do Real Instituto Nacional para os Surdos da Grã-Bretanha, que participou do financiamento da pesquisa.

Detalhes da pesquisa foram publicados na revista Stem Cells e devem ser apresentados na semana que vem numa conferência em Oxford.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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