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Morcegos fazem movimentos de ginastas, dizem pesquisadores

25 mar 2009 - 15h10
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Fazer um retorno seguro ao chão pode ser difícil para os ginastas, mas ao menos eles terminam na posição natural e a gravidade os ajuda. Já no caso dos morcegos, considerem o que é preciso fazer: porque eles fazem seus ninhos pendurados pelos pés, precisam pousar de cabeça para baixo, apoiados contra o topo de uma caverna ou contra ramos de vegetação. E, na aproximação, voam para cima, contrariando o vetor da gravidade.

Daniel Riskin, da Universidade Brown, e outros pesquisadores agora demonstraram de que maneira os morcegos o fazem. Eles executam um reverso, ocasionalmente com giro dorsal, e encontram apoio no teto usando dois ou os quatro membros.

Riskin, que estuda a biomecânica da locomoção dos morcegos no laboratório dirigido por Sharon Swartz, estava interessado no problema do pouco devido ao seu conhecimento escasso sobre a forma pela qual os morcegos utilizam suas patas traseiras, esguias e leves. "Se as patas traseiras são bastante frágeis, é necessário que o pouso seja seguro", ele disse.

Usando uma câmera de vídeo de alta velocidade e uma placa de contato para medir forças, ele estudou os pousos de três espécies de morcego: duas que vivem em cavernas e uma terceira que vive em árvores. As constatações foram publicadas na revista Journal of Experimental Biology. (Há vídeos disponíveis em nytimes.com/science.)

Os morcegos que vivem em árvores pousavam de forma dura usando os quatro membros. A força de pico média era de quase quatro vezes o peso do corpo, mas pousar usando os quatro membros reduzia o estresse sobre cada um deles. Já os morcegos que vivem em cavernas pousavam de maneira mais suave, com uma inclinação que levava apenas as patas traseiras a tocar o teto.

Riskin diz que precisa estudar novas espécies de morcego para ter certeza, mas suspeitava de que a severidade do pouso estivesse vinculada ao local de abrigo. Os morcegos que se abrigam em cavernas de teto rochoso precisam pousar de forma suave para evitar lesões. Mas árvores cedem um pouco, e por isso um pouso duro não machuca e pode até dar ao animal tempo para determinar se está bem agarrado.

Tradução: Paulo Migliacci ME

The New York Times
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