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Vaticano discute ciência e fé nos 200 anos de Darwin

10 fev 2009 - 17h06
(atualizado às 18h25)
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O presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Gianfranco Ravasi, disse nesta terça-feira que é preciso restabelecer o diálogo entre ciência e fé, já que nenhuma das duas pode esgotar o mistério sobre o ser humano e sobre o universo.

Ele fez as declarações na apresentação do congresso internacional que será realizado em Roma de 3 a 7 de março sob o lema "Evolução biológica: fatos e teorias. Uma avaliação crítica 150 anos após 'A Origem das Espécies'".

O congresso ocorre no ano do bicentenário do nascimento de Charles Darwin e no 150 aniversário do livro "A Origem das Espécies" e, segundo o jesuíta Marc Leclerc, presidente do comitê do congresso, servirá para trocar opiniões do ponto de vista racional e favorecer um diálogo entre os especialistas.

Leclerc, professor de Filosofia da Natureza da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, destacou que, durante o congresso, serão expostos os fatos essenciais sobre a teoria da evolução ligados à paleontologia e à biologia molecular.

Os presentes falarão sobre os mecanismos da evolução, analisarão o que a ciência diz sobre a origem do ser humano, estudarão as questões antropológicas relacionadas com a evolução e as implicações racionais da teoria, tanto em campo epistemológico, como metafísico ou da filosofia da natureza, afirmou Leclerc.

Além disso, será estudada a evolução do ponto de vista da fé cristã, "partindo de uma correta exegese dos textos da Bíblia que tratam da criação, além da recepção da teoria por parte da Igreja", ressaltou o jesuíta.

O congresso se insere no projeto STOQ (Ciência, Teologia e Investigação Ontológica), iniciado pela Santa Sé em 2005, no começo do atual Pontificado e com o objetivo de superar a divisão entre ciência e fé.

Para o Vaticano, segundo Ravasi, não existe, a priori, contraposição entre a fé e a ideia da evolução, embora Bento XVI não compartilhe as teorias que explicam a existência da Humanidade só como resultado do acaso, e, para João Paulo II, não bastava Darwin para explicar a origem do homem.

EFE   
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