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Expulsão de traficantes permite avanço social em favelas do Rio

13 set 2012 - 20h33
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A expulsão dos traficantes de drogas das favelas do Rio de Janeiro permitiu uma "regeneração social" e um avanço na luta contra a exclusão, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira.

A pesquisa, realizada por uma equipe da London School of Economics and Political Science com apoio da Unesco, foi apresentada hoje no Rio durante o seminário internacional "Sociabilidades Subterrâneas: Identidade, Cultura e Resistência em Comunidades Marginalizadas".

Segundo Sandra Jovchelovitch - professora brasileira da universidade britânica - o "modelo carioca de desenvolvimento social" é um exemplo para outras regiões do mundo.

"O Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa embora ainda dividida, volta a ter luz em alguns territórios até agora invisíveis", disse Jovchelovitch na favela do Cantagalo, a alguns metros da praia de Copacabana, durante a apresentação do estudo.

As Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) representam um "novo diálogo que gera uma nova sensação de segurança", acrescentou Sandra.

O estudo mostrou que 53% dos moradores entrevistados nas regiões com UPPs sentem uma melhoria na segurança, embora também relatem "abusos frequentes" dos policiais e garantam que "são vistos como criminosos".

O projeto, realizado durante três anos, realiza uma pesquisa do modo de vida nas favelas cariocas, através de 204 entrevistas com moradores de Cantagalo, Cidade de Deus, Madureira e Vigário Geral.

A pesquisa também inclui o acompanhamento dos 130 projetos das ONGs AfroReggae e Central Única das Favelas (Cufa).

Sandra afirmou que a família, a igreja, o tráfico de drogas e a atividade das ONGs são as características que compõem a vida dos bairros onde vivem 20% da população da capital fluminense.

A investigadora destacou que a falta de estrutura familiar é um dos grandes problemas das favelas, onde 70% das crianças entre 12 e 17 anos vivem em casas com pai ausente.

Todos os participantes da pesquisa declararam ter sofrido "perdas, dor e violência" relacionadas ao narcotráfico, segundo o estudo.

O relatório elogiou o trabalho das ONGs locais por sua capacidade "multifacetada" e sua luta contra a exclusão nas favelas.

"As melhorias nas favelas também contribui para mudanças no asfalto", disse a cantora Nega Gizza, uma das fundadoras da Cufa, à Agência Efe.

O texto mostra que "em muitos casos" as comunidades das favelas estão marcadas pela "ausência" do Estado, sendo a polícia a "única face visível" do governo.

As relações dos moradores com a polícia e com as facções de traficantes são "complexas" embora os moradores "tenham mais medo da vida fora da favela do que dentro dela", segundo a pesquisa. EFE

sct/rpr/tr

(foto)

EFE   
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