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Na Alemanha, Yvo de Boer pede ação efetiva contra aquecimento

1 jun 2010 - 09h07
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O secretário-executivo das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, pediu na segunda-feira, 31 de maio, que os representantes dos países reunidos em Bonn (Alemanha) para uma sessão especial de negociações progridam no diálogo voltado a uma ação efetiva contra o aquecimento global.

Segundo a agência de notícias EFE, dois mil negociadores de 185 países participam do encontro na Alemanha, o segundo promovido pela ONU desde a 15ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre o Clima (COP15). O objetivo da reunião é avançar em alguns pontos que ficaram estagnados durante a cúpula realizada em Copenhague (Dinamarca), em dezembro de 2009.

"Agora, os negociadores têm duas semanas para demonstrar que o processo caminha para algum lugar", afirmou De Boer em entrevista coletiva. O secretário-executivo ressaltou que os países "devem mostrar que existe um progresso" e intensificar o diálogo para que, da próxima cúpula, em Cancún (México), no fim do ano, surja uma "arquitetura operacional" que permita desenhar uma estratégia em longo prazo.

De acordo com as projeções da ONU, essa "arquitetura operacional" deverá originar um tratado internacional vinculativo (com peso de lei) na COP17, que será recebida em 2011, na África do Sul.

Entre os acordos parciais que podem acelerar as negociações em Bonn, De Boer mencionou a concretização dos fundos de US$ 10 bilhões anuais (de 2010 a 2012), que os países industrializados prometeram em Copenhague para a adaptação das nações em desenvolvimento ao aquecimento global.

Para Yvo de Boer, o resultado de Cancún dependerá da disposição dos Estados Unidos de ampliar os objetivos de redução de emissões e dos compromissos voluntários que as nações em desenvolvimento venham a adotar. "Mesmo que os países industrializados reduzissem suas emissões em 100%, não solucionaríamos a mudança climática", apontou à EFE, em referência à necessidade de que também os países emergentes façam uma contribuição maior à luta contra o aquecimento global.

Expectativas

As organizações ambientalistas presentes em Bonn demonstraram um misto de cautela e otimismo em relação ao encontro. Raman Mehta, da ActionAid India (ligada à rede Climate Action Network), destacou que as negociações não só deverão preencher os vazios deixados pelo Acordo de Copenhague, mas também revitalizar "a boa fé e a vontade" do processo negociador.

"Com as medidas atuais a temperatura crescerá mais de 3 graus, algo que, segundo os estudos científicos, terá consequências catastróficas para o planeta", alertou o ambientalista. O diretor de estratégia da Union of Concerned Scientists, Aiden Meyer, assinalou que um dos erros da reunião dinamarquesa foi as "expectativas díspares" de cada país e afirmou que, apesar de ser necessária cautela, um "pessimismo exagerado condenará Cancún ao fracasso".

Para Karisa Kosonen, do Greenpeace International, os negociadores devem "aceitar explicitamente" que suas propostas não serão efetivas e "demonstrar que podem fazer mais" até alcançar um acordo que consiga "evitar o caos climático". A sessão especial da ONU em Bonn segue até o dia 11 de junho.

Fonte: EcoDesenvolvimento
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