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Minc garante que Brasil terá "meta forte" para corte de CO2

4 nov 2009 - 18h03
(atualizado às 18h48)
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O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou nesta quarta-feira que o Brasil vai apresentar uma meta forte para o corte nas emissões de gases estufa, apesar de uma reunião do governo para tratar do tema ter terminado sem uma conclusão.

O ministro, que já declarou ter como meta uma redução de 40% das emissões estimadas até 2020, preferiu não especular qual seria a meta brasileira, um dia após o governo ter adiado para 14 de novembro o anúncio dos planos que serão levados à reunião da ONU sobre clima em Copenhague, em dezembro. "Os dados virão. Eles serão fortes e o Brasil será, entre os países em desenvolvimento, aquele com a proposta mais forte", disse Minc a jornalistas.

Na terça-feira, uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com ministros para discutir a proposta brasileira terminou sem o anúncio de metas de corte nas emissões, um ponto considerado crucial para que se chegue a um acordo entre os países.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o anúncio não deveria trazer um número determinado para a meta de redução do país, mas sim os planos que serão adotados pelo Brasil para combater as mudanças climáticas. Minc, no entanto, garantiu que o Brasil vai apresentar uma meta.

"O Brasil vai ter uma meta forte, e não apenas a queda do desmatamento de 80% (da Amazônia), mas também com a redução significativa em outros setores como agropecuária, siderurgia e desmatamento em outros biomas", afirmou o ministro. Mais de 190 países se reunirão na capital da Dinamarca no próximo mês para negociar um novo acordo, que substituirá o Protocolo de Kyoto, para combater a mudança climática.

Entre as principais divergências estão os objetivos de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa entre países desenvolvidos e em desenvolvimento e como levantar bilhões de dólares para ajudar os países pobres a lidar com o impacto do aquecimento global.

Desmatamento

Minc deu essas declarações ao comentar dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que apontaram uma redução de 32% no desmatamento da Amazônia em setembro deste ano com relação ao mesmo mês do ano passado. Este é o melhor resultado desde 2004, segundo o Ministério do Meio Ambiente.

Em setembro de 2008, a floresta perdeu 587 km², enquanto neste ano a perda foi de 400 quilômetros quadrados no mesmo período. O Estado que teve maior nível de diminuição do desmatamento foi o Maranhão, com queda de 86%, seguido de Mato Grosso, com 38%, e Amazonas, com 33%. De janeiro a setembro deste ano, a diminuição do desmatamento foi de 54%, segundo os dados obtidos pelo sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe.

"É uma queda expressiva, consistente e continuada", disse o ministro, acrescentando que a tendência do desmatamento na Amazônia é de diminuição. O desmatamento da floresta corresponde a aproximadamente 75% das emissões de dióxido de carbono do país, mas representa 52% do total das emissões de gases do efeito estufa, que incluem o metano e o óxido nitroso, mais perigosos.

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