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Milhares de sapatos ocupam lugar de manifestantes em Paris antes da COP21

29 nov 2015 - 09h50
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Mais de 10.000 sapatos, incluindo pares enviados pelo papa Francisco, cobriram parte da praça da República de Paris para simbolizar a impossibilidade de organizar manifestações na cidade por ocasião da Cúpula do Clima (COP21) por causa da ameaça terrorista.

A associação Avaaz concebeu esta coleta popular de sapatos como alternativa à grande manifestação que inicialmente estava programada para o início da COP21 e que foi cancelada como todas as concentrações na via pública em aplicação do estado de emergência decretado após os atentados de Paris do último dia 13.

Béline Joye, da Avaaz, disse à Agência Efe que o objetivo era "oferecer uma alternativa aos parisienses" em nome do "direito à liberdade de expressão", neste caso para dizer que "o meio ambiente é uma das causas de tudo o que nos ocorre atualmente".

Joye contou que na praça da República foram colocados "mais de 10.000 sapatos", e que no total tinham recolhido entre 13.000 e 15.000, a maioria em Paris e seus arredores, mas também em outras regiões da França e inclusive no exterior.

Sobre a mensagem que a Avaaz queria enviar aos negociadores na Cúpula Climática que será aberta esta tarde no complexo de Le Bourget, ao norte de Paris, Joye afirmou que sua principal reivindicação é estabelecer normas para que, no horizonte de 2050, 100% da energia seja de origem renovável.

Entre os que doaram seus calçados a este ato está o cardeal brasileiro Cláudio Hummes, junto a um par de sapatos pretos do papa Francisco.

Hummes explicou à imprensa que o pontífice "queria também participar (...) desta forma simbólica" de uma ação para dar uma mensagem "forte" aos 195 países participantes da COP21.

"Fazem falta mudanças na política para fazer frente à mudança climática", ressaltou o cardeal, arcebispo emérito de São Paulo, que insistiu que o papa com seus sapatos quer mostrar que "está muito perto das pessoas".

Assim como aAvaaz tinha concebido esta iniciativa para evitar as proibições de manifestações, também em Paris outras ONGs tinham convocado uma corrente humana em um trajeto de três quilômetros entre a praça da República e a praça da Nação.

Dezenas de policiais estavam em um dos bulevares de acesso à praça da República em prevenção de possíveis incidentes.

Diversas ONG, como o Greenpeace, se queixaram de um uso abusivo do estado de emergência na França para aplacar os que queriam mostrar seu descontentamento durante a Cúpula do Clima, que será realizada até o próximo dia 11 de dezembro.

EFE   
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