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Estados Unidos

Michelle Obama impulsiona fenômeno das hortas comunitárias nos EUA

20 mai 2013 - 10h10
(atualizado às 10h26)
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Durante os últimos anos, os Estados Unidos viram florescer o fenômeno das hortas comunitárias, uma aposta em um estilo de vida saudável que tem sua primeira-dama, Michelle Obama, como principal apoiadora.

Desde que seu marido chegou à presidência em 2008, Michelle fez da luta contra a obesidade infantil e da defesa dos hábitos alimentares saudáveis seus grande objetivos, chegando a plantar sua própria horta no jardim localizado atrás da residência presidencial e defendendo publicamente que os cidadãos realizem iniciativas similares.

"A ideia da horta da Casa Branca não é única. As plantações comunitárias são um pilar neste país desde os EUA rural até meu próprio bairro no sul de Chicago (Illinois)", disse a primeira-dama na semana passada, durante um ato no qual autografou exemplares de seu livro sobre o assunto.

Segundo a definição dada pela Associação Nacional das Hortas Comunitárias (NCGA, na sigla em inglês), uma horta comunitária é "qualquer pedaço de terra cultivado por um grupo de pessoas, tanto num contexto urbano, como suburbano e rural, onde crescem hortaliças, frutas e ervas aromáticas".

"Nosso objetivo inicial foi o de manter e fomentar os espaços verdes dentro de grandes cidades dos EUA e Canadá. Daí nos expandimos para incluir todas as partes do país, tanto subúrbios como o próprio campo", explicou à Agência Efe o presidente da NCGA, Bobby Wilson, que há mais de 40 anos estimula iniciativas deste tipo.

"Comecei na década de 1970 em Saint Paul (Minnesota), onde o sistema de escolas públicas da cidade decidiu criar uma horta que seria cuidada por crianças na estufa municipal. Eu ajudei a começar outras hortas comunitárias, primeiro a de Jackson (Mississipi) e depois em Atlanta (Geórgia)", onde reside atualmente.

Os últimos cálculos da NCGA cifram em mais de 20 mil o número de plantações destas características em todo o país - em 1996, era de apenas 6.020.

"Outro dia conheci uma horta comunitária em um parque de Chicago onde passei muito tempo na infância", contou a primeira-dama na semana passada.

As razões para o cultivo doméstico são, segundo uma pesquisa da NCGA, obter produtos frescos mais saborosos (58%), economizar dinheiro nas compras (54%), obter comida de maior qualidade (51%) e conhecer com garantias de onde procede o que se consome (48%).

Além disso, Wilson ressaltou a "melhoria da qualidade de vida" dos participantes, já que as hortas comunitárias constituem "um catalisador do desenvolvimento" que estimula a interação social, melhora a auto-estima, embeleza os bairros e promove momentos de atividade intercultural.

"Gosto muito de trabalhar na horta. Temos uma bem grande na escola, no qual plantamos milho, tomate, alface e flores", afirmou à Agência Efe Gabriela López, uma jovem estudante da escola Arthur D. Healey, em Somerville, no estado do Massachusetts, que foi convidada em abril por Michelle Obama, junto com outras 20 crianças, para plantar trigo e espinafre na horta da Casa Branca.

Na NCGA é avisado que começar uma horta comunitária não é um processo rápido, especialmente se há o desejo de que esta dure vários anos. A organização aconselha, entre outras medidas, o cuidado na hora de escolher o terreno: este deve receber pelo menos seis horas de sol diárias, e é preciso realizar antes do plantio um exame sobre a qualidade e a quantidade de nutrientes e metais contidos no solo.

Outra recomendação é determinar como serão distribuídas as tarefas: quais serão as de cada pessoa, se será reservada uma parcela para o lazer e aprendizagem das crianças, como serão pagas as despesas como água, ferramentas, etc.

Em pleno apogeu deste fenômeno que atravessa barreiras culturais e geracionais, os agricultores domésticos agradecem o apoio recebido por Michelle Obama.

"Ela nos deu uma plataforma para ser projetada em todo o país e que até agora era impensável. Podemos dizer que temos uma amiga na Casa Branca", finalizou Wilson.

EFE   
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