O Instituto Nacional de Antropologia e História do México (Inah) divulgou imagens de um cemitério de 1 mil anos da cultura pima encontrado em um povoado no norte do país. Em um vídeo, os especialistas afirmam que é um dos cemitérios mais antigos de Sonora e tem características não vistas antes nesse Estado - a deformação cranial e a mutilação dental.
Foram encontrados 25 indivíduos, sendo 13 com deformação craniana. Alguns tinha objetos ornamentados. O estudo do cemitério, afirma o instituto, vai ampliar o conhecimento sobre a influência das culturas mesoamericanas no norte do México.
Segundo o instituto, a modificação do crânio era feita para diferenciar um grupo social de outro ou com fins ritualísticos - como um rito de passagem para a vida adulta, por exemplo. A grande quantidade de crianças - 17 corpos seriam de jovens entre 5 meses e 16 anos - pode ser resultado da prática da deformação cranial.
Pesquisadores das universidades de Toronto (Canadá), do Arizona (EUA) e da Cidade do Cabo (África do Sul) afirmam ter achado evidências da produção de lanças há 500 mil anos - cerca de 200 mil anos antes das mais antigas armas desse tipo conhecidas. Na imagem, réplicas dos objetos
Foto: Jayne Wilkins / Divulgação
Ponta de pedra de 500 mil anos foi encontrada em Kathu Pan 1, na África do Sul - a barra de escala tem 1 cm. A descoberta, afirmam os arqueólogos, pode mudar a forma que pensamos sobre as adaptações humanas e as capacidades antes mesmo do surgimento da nossa espécie. A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira na revista Science
Foto: Jayne Wilkins / Divulgação
"Esta descoberta demonstra uma série de comportamentos complexos em ancestrais humanos que viveram 500 mil anos atrás, que é mais cedo do que se pensava anteriormente. Fazendo uma lança de ponta de pedra requer pedra, madeira e materiais de ligação e de muito mais tempo do que apenas afiando uma lança de madeira. Esta é uma tecnologia complexa, que exige planejamento, preparação e tempo", diz ao Terra Jayne Wilkins, do Departamento de Antropologia da universidade canadense
Foto: Jayne Wilkins / Divulgação
Os pesquisadores analisaram lâminas de pedra descobertas no final dos anos 70 e início dos 80 na África do Sul. Eles explicam que na época os cientistas não tinham técnicas para datar esses objetos. Recentemente, os arqueólogos decidiram estudar as pedras encontradas e se interessaram pelo formato dos objetos
Foto: Simen Oestmo / Divulgação
"Nós sabemos que são pontas de lanças porque, quando pontas de pedras são usadas em lanças, pequenas lascas e rachaduras aparecem na pedra, e algumas rachaduras são características de fortes impactos. Foi isso que nós encontramos em um experimento no qual replicamos as pontas de pedra, prendemos elas a lanças e atiramos em um animal morto com uma besta calibrada. O dano do experimento e o dano que vimos nas pontas de pedra de 500 mil anos são notavelmente similares"
Foto: Benjamin Schoville / Divulgação
Se o ser humano só surgiu - até onde sabemos - cerca de 300 mil anos depois, surge a dúvida: quem usava essas armas? Segundo Jayne, a taxonomia dos ancestrais humanos na África e Europa nessa época ainda não é bem entendida e nenhum fóssil foi descoberto ainda na região de Kathu Pan 1 - onde foram achadas as lâminas
Foto: Jayne Wilkins / Divulgação
"A idade da camada das pontas é de 500 mil anos e precede a primeira aparição dos neandertais, assim como a origem dos humanos modernos. Estudo genéticos recentes situaram o ancestral comum mais recente de neandertais humanos modernos em entre 400 mil e 800 mil anos atrás, então os produtores das lanças foram um ancestral, ou muito próximo, da divergência humanos-neandertais. A maioria dos estudiosos considera este ancestral como sendo o Homo heidelbergensis", diz a cientista
Foto: Jayne Wilkins / Divulgação
As primeiras armas de pedra deveriam ser muito simples. Essa tecnologia seria muito difícil de ser identificada arqueologicamente. Contudo, usar pedra afiada na ponta de uma lança é um grande avanço. Mas como saber que não eram pedras comuns? E qual era a vantagem dessas armas? Saiba mais sobre as lanças de 500 mil anos