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Matança de rinocerontes na África do Sul não tem trégua

5 jun 2015 - 11h12
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O ritmo do abate de rinocerontes na África do Sul tem se acelerado, com 393 animais mortos por caçadores ilegais durante os primeiros quatro meses do ano, alerta a ministra do Meio Ambiente sul-africana.

"No final de abril de 2015, o número de rinocerontes capturados por caçadores ilegais foi de 393 em todo o país", contra 331 no mesmo período de 2014, lamenta Edna Molewa, titular da pasta.

O famoso Parque Nacional Kruger, na fronteira com Moçambique (nordeste), continua sendo o mais afetado, com 290 animais mortos contra 212 um ano antes, explicou, em recente coletiva de imprensa.

Este aumento da caça ilegal, apesar da intervenção do Exército, é preocupante na medida em que se aproxima o momento em que a mortalidade superará os nascimentos entre os estimados 20.700 rinocerontes sul-africanos, que constituem 80% da população mundial.

Isto é explicado pelos chifres vendidos a preço de ouro na Ásia, especialmente no Vietnã, onde são valorizados por seu uso na medicina tradicional. No entanto, chifres de rinoceronte são compostos exclusivamente de queratina, como as unhas humanas.

Os recordes são tristemente superados exponencialmente ano após ano, um após o outro: as estatísticas oficiais mostram que 1.215 rinocerontes sul-africanos foram mortos por caçadores em 2014, contra 1.004 em 2013, 668 em 2012, 448 em 2011, 333 em 2010, 122 em 2009, 83 em 2008 e apenas 13 em 2007.

Além disso, muitos especialistas acreditam que estes números subestimam a realidade, uma vez que muitas ossadas escapam da macabra contagem feita pelos "rangers".

A ministra Molewa quer se mostrar otimista, dizendo que os esforços do governo sul-africano na luta contra os caçadores furtivos "darão frutos", embora algumas estratégias devam ser aperfeiçoadas.

"Estamos em guerra, nós acreditamos piamente que esta luta deva ser ganha e vamos fazer isso", afirma, ressaltando que o número de caçadores presos aumentou.

Autoridades sul-africanas colocaram os rinocerontes no parque Kruger em áreas especialmente protegidas, e 192 foram deslocados para outras partes da África do Sul e países vizinhos. Mais de 200 rinocerontes serão vendidos para o setor privado.

"O governo não vencerá sozinho, é preciso um conjunto de esforços reais e tangíveis de todos nós", argumenta a ministra.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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