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Líderes chegam a Copenhague com cúpula à beira de colapso

17 dez 2009 - 09h13
(atualizado às 10h06)
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As negociações para salvar o planeta dos efeitos do aquecimento global chegaram às margens de um colapso nesta quinta-feira, dia em que a maior parte dos líderes mundiais desembarca em Copenhague para participar da Conferência da ONU sobre o Clima.

Mulher caminha entre esculturas da exposição "Cool Globes" ("Globos frios", na tradução livre do inglês)
Mulher caminha entre esculturas da exposição "Cool Globes" ("Globos frios", na tradução livre do inglês)
Foto: Reuters

Segundo publica o jornal The Guardian, a delegação dinamarquesa, anfitriã da cúpula, admitiu que não está conseguindo negociar um acordo. Ontem, a presidente da conferência, Connie Hedegaard, renunciou ao cargo, que passou a ser ocupado pelo primeiro-ministro, Lars Lokke Rasmussen.

Uma fonte próxima ao novo chefe da cúpula confirmou ao jornal britânico a dificuldade de se chegar a um acordo em Copenhague. De acordo com ela, todos os países teriam que fazer um esforço sério para se chegar ao resultado necessário, mas eles não têm se mostrado dispostos. Uma das principais lacunas a serem definidas diz respeito ao quanto os países industrializados devem reduzir suas emissões de CO2.

Uma proposta da anfitriã Dinamarca para que as negociações fossem divididas entre grupos ministeriais menores enfrentou forte oposição dos países em desenvolvimento, liderados pela China, maior emissor global de gases do efeito estufa. Esses países temiam que, no sistema proposto pela Dinamarca, sua voz não seria ouvida. Não houve avanços durante a noite.

"Temos uma situação séria. Desperdiçamos um dia inteiro", disse o ministro alemão do Meio Ambiente, Norbert Roettgen, à Reuters.

A China disse aos participantes que não vê mais chances de chegar a um acordo detalhado, relatou na manhã de quinta-feira um funcionário de outro governo, pedindo anonimato. De acordo com essa fonte, os chineses propuseram que a conferência se limite a "uma curta declaração política de algum tipo."

O embaixador chinês para mudanças climáticas, Yu Qingtai, disse à Reuters posteriormente que seu país não desistiu de chegar a um acordo firme sobre o clima em Copenhague.

"Não sei de onde saiu esse rumor, mas posso garantir a vocês que a delegação chinesa veio a Copenhague com esperança e que não desistiu... Copenhague é importante demais para fracassar", afirmou.

Alguns ministros de países desenvolvidos queixaram-se de que as negociações podem ser sufocadas sob questões regimentais. "Temos uma situação seriíssima", disse o ministro sueco do Meio Ambiente, Andreas Carlgren, à Reuters.

O objetivo da reunião de Copenhague é definir um novo acordo climático que substitua o Protocolo de Kyoto a partir de 2013. Há meses se sabe, no entanto, que dificilmente haverá um tratado juridicamente vinculante, e que o mais provável é a adoção de um acordo político, que será transformado em texto de cumprimento obrigatório em algum momento em 2010.

A quinta e sexta-feira são os dias reservados à participação dos chefes de Estado e governo. O presidente dos EUA, Barack Obama, chega na manhã de sexta-feira.

Os oradores estão inscritos para falar até o começo da madrugada, o que inclui pesos-pesados da política, como os presidentes do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel.

COP-15

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, de 7 a 18 de dezembro, que abrange 192 países, vai se reunir em Copenhague, na Dinamarca, para a 15ª Conferência das Partes sobre o Clima, a COP-15. O objetivo é traçar um acordo global para definir o que será feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa após 2012, quando termina o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto.

Com informações da agência Reuters

Fonte: Redação Terra
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