PUBLICIDADE

Japão considera urgente o problema da água contaminada de Fukushima

7 ago 2013 - 16h28
(atualizado às 18h30)
Compartilhar
Exibir comentários

A água contaminada da central nuclear de Fukushima que chega ao mar é um problema "urgente" e as autoridades reforçarão as atividades para solucionar a questão, anunciou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

"Estabilizar a central de Fukushima é nosso desafio. E, em particular, a água contaminada representa um problema urgente que provoca muita inquietação entre a população", explicou Abe durante uma reunião de um comitê de crise governamental sobre o tema.

O problema mais grave enfrentado há várias semanas pela empresa Tokyo Electric Power (Tepco) é impedir que a água subterrânea contaminada pela forte radioatividade alcance o Oceano Pacífico.

Nesta quarta-feira, uma fonte do ministério da Indústria (METI) afirmou à AFP que um novo vazamento de água radioativa para o oceano foi detectado recentemente.

"Segundo nossas estimativas, aproximadamente 300 toneladas de água escapam todos os dias. No entanto, não é certo que a água seja altamente radioativa. Nós pensamos que este vazamento dura dois anos", disse a fonte.

A Tepco, que luta desde março de 2011 para enfrentar as consequências do terremoto e tsunami que afetaram a central nuclear de Fukusima Daiichi (220 quilômetros ao nordeste de Tóquio), teve que admitir pela primeira vez no fim de julho que parte da água contaminada vazava para o mar.

Um especialista francês afirmou que o risco ambiental representado pelos vazamentos era pequeno, se comparado com a contaminação radioativa abrangente decorrente do desastre.

"Não estamos vendo nada novo em nossas medições da água do mar, dos sedimentos ou dos peixes. Penso que é desprezível", afirmou Jerome Joly, vice-diretor-geral do Instituto Francês de Proteção Radiológica e Segurança Nuclear, IRSN, que tem monitorado de perto a catástrofe em Fukushima.

"O Japão, nesta área geográfica, se beneficia de duas correntes que viajam ao longo da costa para o leste do Pacífico, e desempenham um valioso papel de diluição", declarou à AFP.

No entanto, os vazamentos trouxeram novas preocupações sobre o estado precário da usina e a habilidade da Tepco em lidar com uma lista crescente de problemas, depois que seus reatores foram varridos por um tsunami que se seguiu a um terremoto em março de 2011, levando-os a se fundir.

A companhia também enfrentou críticas generalizadas pela falta de transparência em divulgar informação crítica desde o desastre. Abe, que pediu ao ministério da Indústria a adoção de medidas rápidas e eficazes, anunciou que o Estado participará a partir de agora no financiamento da gestão do problema da água contaminada.

"Estabilizar a usina de Fukushima é o nosso desafio", disse Abe em uma reunião com a força-tarefa criada pelo governo para lidar com a catástrofe. "Em particular, a água contaminada é uma questão urgente que despertou considerável atenção pública", emendou.

O Japão, ao lado das empresas de energia elétrica do país, destinou quase 3,8 trilhões de ienes (cerca de 30 bilhões de euros) a um fundo criado para apoiar a Tepco na administração da catástrofe. O dinheiro foi usado até agora na proteção da central e para indenizar mais de um milhão de pessoas afetadas.

A autoridade responsável pela regulação do setor nuclear do Japão, que anunciou no fim de julho uma investigação sobre as causas do vazamento de água contaminada no subsolo da central, ordenou na sexta-feira que a Tepco acelere os trabalhos de contenção da água.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
Compartilhar
Publicidade
Publicidade