Voyager 1: A sonda que saiu do sistema solar – Terra

Universo Voyager 1 chega ao espaço interestelar Saiba tudo sobre o primeiro objeto feito por humanos a sair do sistema solar, veja fotos, entenda a missão voyager, descubra desde quando ela está no espaço, até quando ficará e mais. Neste dia, cientistas anunciaram que a Voyager 1 está viajando através de plasma (gás ionizado), presente no espaço entre as estrelas, há cerca de um ano, inaugurando a jornada pelo espaço profundo. A Voyager 1, que viaja pelo espaço desde setembro de 1977, está hoje a mais de 19 bilhões de quilômetros do Sol. Desde que foi lançada, a missão vinha percorrendo as bordas da heliosfera mais rapidamente do que qualquer outro objeto fabricado pelo homem até hoje, atingindo pontos mais distantes que a "gêmea" Voyager 2, lançada um mês antes, hoje a 15 bilhões de quilômetros do Sol. Os dados obtidos pelos nove instrumentos a bordo de cada uma das sondas fizeram desta missão a mais bem sucedida da história da exploração do sistema solar. As Voyagers revelaram numerosos detalhes dos anéis de Saturno e permitiram descobrir os anéis de Júpiter. Também transmitiram as primeiras imagens precisas dos anéis de Urano e de Netuno, descobriram 33 novas luas e revelaram atividade vulcânica em Io, além da estranha estrutura de duas luas de Júpiter. A potência de suas baterias nucleares deve manter a missão ativa até 2030, aproximadamente, quando deve acabar a energia na sonda. Até lá, os equipamentos serão gradativamente desligados. Conheça mais sobre a missão Voyager. Voyager: o começo da missão No dia 20 de agosto de 1977, a Voyager 2 era lançada do Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), com o objetivo de investigar os quatro planetas mais distantes do sistema solar: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Era o começo da missão Voyager, prevista para ser encerrada em poucos anos - em 1989, com a chegada da nave a Netuno, o programa foi concluído. Mas a sonda não parou por aí. Enquanto navega pelo espaço a mais de 15 bilhões de km de distância do Sol, ela segue, incansavelmente, transmitindo informações para a Nasa, a agência espacial americana. O mesmo ocorre com sua irmã gêmea, a Voyager 1, lançada em setembro de 1977 e cuja rota a levou a romper a barreira inédita do Sistema Solar entre 2012 e 2013. Voyager: primeiros passos As suspeitas do feito inédito Em 15 de junho de 2012, cientistas da Nasa disseram que a Voyager 1 estaria próxima de se tornar a primeira nave terrestre a deixar o Sistema Solar. Muitos cientistas acreditavam que a sonda já tinha atingido a heliopausa, mas a informação ainda era de difícil comprovação, uma vez que o equipamento de detecção de ventos solares da sonda, que serviria para provar essa hipótese, não funciona desde 1990. Muitos equipamentos das duas sondas, aliás, já foram desligados nos últimos anos. Existe, inclusive, um cronograma de contenção crescente de energia, a fim de estender ao máximo o recebimento de dados da nave durante sua jornada. A heliopausa A heliopausa é o último reduto do Sistema Solar e não é nada fácil chegar até ela. Antes das Voyager, apenas as Pioneer, que seguem viagem sem transmitir informações, atingiram essa região do espaço. "Em forma de casca esférica, com o Sol no centro, marca onde ocorre o choque do vento solar com o meio interestelar. O que acontece é que o Sol emite o vento solar, composto por partículas como prótons, elétrons, partículas alfa e outras partículas. O Sol também emite, naturalmente, luz, e a pressão da radiação da luz efetua uma varredura do material interplanetário e/ou interestelar até certa distância. Portanto o Sol está no centro de uma bolha de espaço mais rarefeito. Na borda do bolha, o vento solar entra em contato com o material que forma o meio interestelar, e ocorre algo que é geralmente chamado um choque; é um fenômeno comum no espaço cósmico. Na região do choque, há emissão de radiação, que pode ser de alta energia ou de menores energias; no caso solar, não é radiação de alta energia, pois a velocidade do vento solar não é grande", descreve Jorge Ricardo Ducati, professor de astronomia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Ciências pela Universidade Louis Pasteur de Strasbourg, na França. Na linha do tempo, antes daquela parte "Ainda não determinado", temos de colocar mais uma aba com as seguintes informações sobre a Voyager 1 (verdinho): Aproximadamente 2012 12 de setembro de 2013 Nasa anuncia que a Voyager 1 está há cerca de um ano viajando pelo espaço interestelar