Principais florestas do planeta rumam para a extinção

GHX Comunicação
Especial para o Terra

Extremamente vulneráveis, as florestas estão perdendo a batalha. A cobertura verde, que já ocupou 46% da superfície terrestre, vem sumindo de forma gradativa - com maior velocidade nos últimos 50 anos. Atualmente, ocupa 31% do planeta, segundo o Relatório Estado das Florestas, publicado em 2010 pela Organização das Nações Unidas (ONU). O documento também revela que a taxa média líquida de perda de florestas está em 5,2 milhões de hectares por ano.

Os dados levam a uma constatação óbvia: muitas florestas perderam áreas significativas e caminham para a extinção, enquanto outras aparecem apenas em registros literários. São justamente os livros que ajudam a entender esse desfecho.

Conforme o engenheiro florestal André Dias, líder da Estratégia de Promoção de Produtos e Serviços dos Ecossistemas da organização não governamental WWF Brasil, a principal menção da literatura remete à perda florestal na Europa - não de uma determinada floresta, mas da cobertura verde no continente. “A própria expansão da sociedade e a ocupação urbana levaram à extinção de diversas formações florestais dentro do continente”, diz.

Como exemplo marcante, ele lembra que o Saara, deserto ao Norte da África, já foi coberto de florestas. Tal caso, contudo, se deveu a um processo natural, em razão de o planeta passar por diversas mudanças de clima. Esta continua sendo uma ameaça real às florestas, mas aquelas relacionadas à ação humana se sobressaem.

O WWF tem sistemas de modelagem geográfica que ajudam a prever cenários futuros de riscos à cobertura florestal mundial. Como diagnóstico, identifica que as taxas de desmatamento das principais áreas são as mais altas já registradas. A explicação remete a ameaças diversas: expansão da fronteira agrícola, estabelecimento de infraestrutura e estilo de vida e consumo da sociedade.