Índios voltam a ocupar canteiro de obras da Usina de Belo Monte
Um grande grupo de índios ocupou nesta segunda-feira um dos três canteiros de obra da Usina de Belo Monte, no Pará, que está se erguendo apesar de protestos de ecologistas e camponeses da região, informaram fontes oficiais.
O consórcio empresarial responsável pela construção do projeto informou à "Agência Brasil" que há cerca de 100 ocupantes e que se instalaram nos escritórios da empresa e em um dos três canteiros de obra.
Segundo a mesma fonte, a ocupação foi realizada de forma pacífica e obrigada a deter a construção nesse único canteiro, mas não nos outros dois, nos quais os trabalhos continuavam sem contratempos.
Como nas outras vezes em que ocuparam as obras, os índios exigem a paralisação imediata da construção e que seja aberto um diálogo com as autoridades do governo para discutir a situação dos moradores da região que serão deslocados para a construção.
A última manifestação semelhante aconteceu no início do mês, quando outro grupo de índios ocupou e paralisou as obras durante uma semana.
No entanto, eles se viram obrigados a encerrar o protesto devido a uma ordem judicial que o considerou ilegal.
De acordo com o Governo Federal, a represa de Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas de Itaipu e da chinesa Três Gargantas.
Prevê-se que suas operações começarão em 2015 e que gerará 11.233 megawatts nas épocas de cheia do rio Xingu.
No entanto, para a construção desse gigante de concreto em plena Amazônia serão inundados 516 quilômetros quadrados de floresta, o qual causará um "dano irreparável" ao ecossistema, segundo denunciam vários grupos ambientalistas, como o Greenpeace.
Além disso, os opositores ao projeto garantem que serão retirados da região cerca de 50 mil índios e camponeses que vivem às margens do rio Xingu e que em sua maioria vivem da pesca e do que cultivam em áreas que serão inundadas.