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Ilhas vulneráveis cobram acordo sobre clima antes do fim de 2012

3 nov 2011 - 12h28
(atualizado às 12h49)
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Um grupo de ilhas-Estado insulares mais vulneráveis ao aquecimento global atacaram os países ricos por quererem adiar um novo pacto climático internacional para alguns anos após o encerramento do Protocolo de Kyoto sobre a redução das emissões de carbono, em 2012.

A Aliança das Pequenas Ilhas-Estado Insulares (AOSIS, na sigla em inglês), formada por 42 membros, disse que países como o Japão e a Rússia foram "imprudentes e irresponsáveis" por pedirem o adiamento na adoção de um novo acordo internacional até 2018 ou 2020, poucas semanas antes do início de uma cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima em Durban, na África do Sul.

"Se permitirmos que isso aconteça, os problemas do aquecimento global vão piorar e o impacto em um país como Granada será devastador", disse Joseph Gilbert, ministro de meio ambiente de Granada e atual presidente da AOSIS, em um comunicado. "Nós, portanto, não podemos continuar a adiar a tomada de decisões para 2018 ou 2020, já que não haverá tempo suficiente para que os países tomem medidas", disse.

Se os governos não conseguirem chegar a um pacto que estabeleça metas climáticas rígidas, os pequenos países insulares do Caribe, Pacífico, África e outros lugares vão ficar ainda mais expostos a graves secas, aumento dos níveis dos mares e furacões mais fortes, como resultado da mudança climática, afirmou Gilbert.

A AOSIS disse que um grande número de países desenvolvidos e em desenvolvimento também quer um acordo sobre o clima antes do final de 2012 e pede que esse calendário seja acordado na cúpula do clima em Durban.

Representantes de mais de 190 países vão se reunir na cidade sul-africana de 28 de novembro a 9 de dezembro para retomar as negociações climáticas, mas um acordo legalmente vinculante para reduzir as emissões de CO2 parece improvável e o impasse pode levar vários anos devido a profundas divisões entre nações ricas e pobres. <

Divisões de Kyoto

O Protocolo de Kyoto, de 1997, abrange apenas as emissões dos países ricos que produzem menos de um terço da poluição do carbono da humanidade e sua primeira fase expira no final de 2012. Nações mais pobres querem que o acordo seja estendido, enquanto muitos países ricos dizem que um pacto mais amplo é necessário para incluir todos os grandes poluidores.

Rússia, Japão, Canadá e outros disseram que não irão se inscrever para um segundo período de compromisso a menos que inclua todos os principais emissores, entre os quais países emergentes como China e Índia. Há dois anos as nações industrializadas definiram o aquecimento de dois graus Celsius como o limite máximo para evitar alterações climáticas perigosas, incluindo mais inundações, secas e elevação dos mares. Alguns especialistas dizem que um limite de 1,5 grau seria mais seguro.

Cientistas afirmam que as emissões de carbono precisam ser cortadas em 80% a 95% até 2050 para manter os níveis de aquecimento razoavelmente seguros. Isso é bem acima do compromisso coletivo dos países desenvolvidos para uma redução de 5,2% a partir dos níveis de 1990 durante a primeira fase de Kyoto, e bem acima da meta atualmente proposta pelos países desenvolvidos.

O presidente da AOSIS cobrou que os países desenvolvidos não reneguem seu compromisso legal e "responsabilidade histórica" de se comprometerem com novas metas sob o Protocolo de Kyoto após 2012. Caso contrário, ele disse: "O que isto vai fazer é estragar o Protocolo de Kyoto, destruir o mercado de carbono internacional e minar a credibilidade do regime climático internacional juridicamente vinculante que o mundo levou mais de 20 anos para construir."

Os créditos de carbono referenciados pela ONU foram negociados no nível mais baixo de todos os tempos, a 6,35 euros (US$ 8,76), nesta quinta-feira, antes de se recuperarem um pouco.

O Greenpeace comemora nesta quinta-feira 40 anos de atuação. A instituição teve uma trajetória turbulenta, mas manteve seu sentido de independência, valendo-se apenas de doações pessoais no lugar de aportes governamentais e do financiamento de empresas. Os milhares de protestos realizados pelo mundo, que muitas vezes terminam em prisão, são a marca do movimento
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Foto: Arte Terra/ AFP/ Getty Images / Getty Images
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